O encontro decorreu no Teatro Eduardo Brazão que é um dos sítios mais iconográficos do Bombarral. À direita: Adriana Nogueira e Delmar Carvalho. |Isaque Vicente
Apresentando-se como “militante da lusofonia”, Lauro Moreira, embaixador do Brasil junto da CPLP, salientou no passado sábado, no II Encontro da Lusofonia da Literarte (grupo de escritores e artistas brasileiros), no Teatro Eduardo Brazão (Bombarral), o papel de Portugal na História. “Nada se equipara à grande epopeia portuguesa dos Descobrimentos”, afirmou, acescentando que “mais do que um espaço, a lusofonia é um espírito que se formou ao longo de cinco séculos”.
Entre momentos de música e poesia e a apresentação de livros, no passado sábado, no II Encontro da Lusofonia da Literarte, no Teatro Eduardo Brazão (Bombarral), celebrou-se o encontro de culturas que é a lusofonia.
Maria Rovigo falou dos “elos de ligação entre a Galiza e Lusofonia”, recordando Camões (descendente de família galega) e Inês de Castro, uma galega que é uma referência cá e lá. Destacando o fluxo de migração nos dois sentidos entre Portugal e a Galiza, disse que “nunca fomos estrangeiros uns para os outros”.
Numa época em que a Europa ganha cada vez mais medo do que é diferente, “Portugal, que é o começo do mundo atlântico, que sabe que os mares são caminhos e não barreiras, tem de o explicar ao resto do mundo”.
A bombarralense Adriana Nogueira falou do seu trabalho de investigação na Universidade do Algarve, onde procura perceber como a Antiguidade é retratada na arte contemporânea. “Temos uma espécie de medo do que não conhecemos, que não teríamos se tivéssemos noção da forma como nos fomos espalhando pelo mundo e nos fomos formando”, alertou.
Margarida Marques, secretária de Estado dos Assuntos Europeus, fez notar que faz em 2016, trinta anos que Portugal integra a União Europeia. “Quando falamos de pertença, falamos do que temos beneficiado, mas esquecemos o que Portugal tem contribuído para a UE”, disse a governante, também ela bombarralense. Língua, cultura e identidade foram realçadas, bem como as relações privilegiadas com África e Brasil, que permitiram realizar as cimeiras com a UE.
A governante recordou ainda os seus tempos de infância no Bombarral e lembrou o estado danificado em que o Teatro Eduardo Brazão se encontrava antes de ser reabilitado em 2008.
O escritor Delmar Domingos de Carvalho, também do Bombarral, apresentou o primeiro volume de uma obra que parte das letras do alfabeto. “Amor e Artes” é o primeiro, de uma série de 23 títulos. A receita do livro, que custa 13 euros, reverte a favor do Teatro Eduardo Brazão.
No encontro, que contou com a actuação da Orquestra do Círculo de Cultura Musical Bombarralense, foram também integrados 20 novos membros no Núcleo de Artes de Lisboa e os novos corpos sociais tomaram posse. O primeiro Encontro da Lusofonia decorreu em Caminha e o próximo será em Odivelas.
O encontro decorreu no Teatro Eduardo Brazão que é um dos sítios mais iconográficos do Bombarral. À direita: Adriana Nogueira e Delmar Carvalho. |Isaque Vicente