Inaugurou a 10 de Agosto uma loja de cerâmica de autor com as obras de mais de 25 artistas e designers nacionais. O espaço, designado Concept Store, vai estar aberto até 29 de Setembro e pretende provar que a cerâmica contemporânea é diversificada e que pode ser uma área de negócio. Sendo uma iniciativa da Molda, conta com o apoio da autarquia que investiu 35 mil euros na área que adquiriu na Fábrica Bordallo Pinheiro e que agora servirá para acolher outras iniciativas da ESAD e da autarquia.
Natacha Narciso
nnarciso@gazetadascaldas.pt
A cerâmica de autor está de regresso às antigas instalações da Bordallo Pinheiro, um local onde se produziu tanta peça a nível industrial e que agora dá lugar a uma loja temporária de autor. Trata-se de uma iniciativa da Molda, um projecto de 1 milhão de euros que pretende promover a cerâmica contemporânea e que tem como parceiros a ESAD e a Câmara das Caldas.
Segundo Carla Cardoso, docente da ESAD e uma das responsáveis pela Molda, cerca de 70% dos produtos nela expostos são produzidos nas Caldas.
A responsável referiu que estão à venda obras de autores que ainda estudam na ESAD e de ceramistas já com nome firmado no panorama local e nacional. A loja possui obras de artistas das Caldas da Rainha, como Eduardo Constantino, Miguel Neto, Vítor Agostinho, Paula Violante, Mariana Sampaio, Nadine Gueniou, Ana e Betânia e Vítor Reis, assim como vários autores que acabaram a sua formação na ESAD e que seguiram para cursos de cerâmica, que são dados no Cencal.
“As peças são únicas e à medida que se vão vendendo vão dar lugar a outras produções e de outros autores”, afirmou a responsável, que integra também a Associação Futuro (criada em 2007) e que está ligada a esta iniciativa que quer fazer chegar a cerâmica contemporânea a um público mais alargado.
Carla Cardoso, explicou que esta entidade pretende promover a produção de design e cultura contemporânea, através da realização de iniciativas como debates ou curadoria de exposições.
A presença de obras de 31 autores nesta exposição-venda mostra que este é um sector que fervilha e que tem “um grande potencial empresarial”. Na sua opinião, não cabe às autarquias ou às associações criar lojas de cerâmica, mas sim o de mostrar que este pode ser um negócio de futuro. Estas peças “podem ser vendidas ao público e não servem apenas para estar em exposições”, disse a docente.
Espaço vai acolher mais cultura
O que mais chama a atenção do visitante é a cor laranja que decora toda a área da loja-galeria que vai funcionar naquele espaço até ao final de Setembro. Carla Cardoso explicou que a escolha da cor foi algo estudado pois permite dar destaque às obras de cerâmica.
O presidente da Câmara, Tinta Ferreira, afirmou que o espaço na Bordallo Pinheiro que a Câmara adquiriu está reservado durante dois meses para o evento. Aquela área é ainda “uma hipótese para o alargamento do Museu de Cerâmica” e daí o carácter temporário da exposição-venda. No entanto o edil caldense afirmou que esta zona, onde a Câmara investiu 35 mil euros na sua renovação vai passar a dar lugar a outras iniciativas culturais da cidade e da ESAD.
Há outras zonas que no futuro irão contar com a criação e venda de cerâmica contemporânea. Tinta Ferreira referia-se ao Pátio dos Burros, a área das estufas no Parque D. Carlos I (próximo da Parada) ou o edifício na Rua Frei Jorge de S. Paulo.
Logo à entrada do edifício está a trabalhar, durante dois meses, o ceramista e oleiro Francisco Carreira. O autor, de 28 anos, é um lisboeta que assentou arraiais nas Caldas desde os 17, altura em que veio estudar para a ESAD.
Actualmente, além do seu trabalho artístico, também trabalha como forneiro na Molde. Francisco Carreira tem o seu próprio atelier e dedica-se ao grés utilitário, tendo feito já vários serviços para restaurantes da região. Vive há 11 anos nas Caldas onde quer ficar a trabalhar e gostaria que se realizassem mais iniciativas como esta loja da Molda, dado que considera que a cerâmica deveria ser mais valorizada.
Após a inauguração, a festa convívio prosseguiu no exterior da fábrica que contou com animação dos DJs Celeste Mariposa, um projecto de divulgação musical e cultura dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa. Não foi apenas a música africana que marcou presença pois esta iniciativa do Grémio Caldense contou também com cachupa (prato típico de Cabo Verde).
A loja temporária das Molda tem as portas abertas todos os dias entre as 12h00 e as 20h00, até 29 de Setembro na Rua Rafael Bordalo Pinheiro, 53.































