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Os feitos de mais de 30 anos de cicloturismo estão agora reunidos em livro. Da autoria de Mário Lino, a obra “Pedaços das Caldas para lá do Guadiana”, mostra como Caldas da Rainha, através das bicicletas e do cicloturismo, ficou mais conhecida além fronteiras e se encontra representada na toponímia de algumas cidades e vilas da Estremadura espanhola.
O lançamento foi feito no passado dia 6 de Abril na presença de mais de uma centena de amigos, muitos deles participantes habituais do Caldas-Badajoz.
“Mais de 30 mil rostos, desde 1982 e ano após ano, através do prazer de pedalar participaram na construção da ponte por onde passam as excelentes relações de amizade entre os dois povos das duas estremaduras ibéricas”. As palavras são de Mário Lino, também autor do projecto Caldas-Badajoz em cicloturismo, que na obra agora publicada mostra os laços afectivos e culturais que aproximam Caldas da Rainha de Villa Nueva del Fresno, Oliva de la Frontera, Badajoz, La Codosera e Olivença.
Esta publicação é dedicada ao Sporting Clube das Caldas (SCC), que em inícios da década de 70 teve a coragem de criar um grupo de cicloturismo.
Presente na cerimónia, o presidente do SCC, Carlos Gomes, realçou que só quem não acompanha uma caravana é que diz que o cicloturismo será pouco relevante. “São centenas de ciclistas e dezenas de carros de apoio”, referiu o responsável, que presenciou entradas em Badajoz e La Codosera absolutamente “arrepiantes”, com pessoas na rua a bater palmas à passagem dos ciclistas e colchas penduradas nas janelas.
Mário Tavares, que foi durante mais de 30 anos presidente do SCC, lembrou que foi há mais de 30 anos que esta colectividade começou esta iniciativa de aproximar os povos da raia espanhola, que já tinham a tradição de vir às Caldas às termas.
O orador destacou que não é fácil colocar na estrada um evento desta natureza, dadas as exigências policiais e os custos que acarretam. Deixou, por isso, uma homenagem a “todos os amigos” que Mário Lino conseguia angariar e que de boa vontade se colocavam a dar apoio na estrada por onde passava a caravana ciclista. “A eles o SCC deve agradecer o êxito que a organização teve”, realçou.
Reportando-se ao livro apresentado, Mário Tavares disse tratar-se de uma obra “excelente”, que põe em relevo as marcas das Caldas na Estremadura espanhola e valoriza a região raiana.
Também presente na cerimónia, Manuel Piris, alcaide de La Codosera, foi o porta-voz de uma mensagem do presidente do Governo da Extremadura, onde destaca a ponte entre Caldas e as povoações fronteiriças estabelecida pelo ciclismo.
Nessa mensagem, o presidente do governo regional da Extremadura, José António Monago, diz que a bicicleta é o “cordão umbilical” entre todas estas localidades e é um instrumento onde o companheirismo ganha protagonismo.
O trabalho da comunicação social, nomeadamente da Gazeta das Caldas – com os jornalistas José Campos e Joel Ribeiro – foi destacado pelo vereador do Desporto, Tinta Ferreira, que acompanhou por diversas vezes o Caldas-Badajoz. O responsável lembrou o prestígio que esta prova granjeou e que levou à participação de pessoas de norte a sul do pais, assim como à instituição de parcerias culturais entre as terras.
“Estas amizades são quase como geminações entre as localidades”, adiantou o vereador, que foi a uma dezena de cidades espanholas no âmbito do cicloturismo.
A cerimónia, iniciada com uma actuação do Orfeão Caldense, contou com mais de uma centena de pessoas, muitos deles espanhóis, e Mário Lino fez questão de agradecer publicamente a todos quantos tiveram um papel activo no decorrer do projecto “Caldas-Badajoz” em cicloturismo.
