“Linhas da Terra”: um novo espaço de venda e produção de cerâmica

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ceramica Abriu nas Caldas, a 6 de Dezembro, o atelier cerâmico Linhas da Terra. Trata-se de um projecto do ceramista Victor Mota, que inclui o seu atelier de trabalho e espaço de venda. O edifício onde antes funcionou a Pavi Caldas, à entrada da cidade, ganha agora nova vida em roda da cerâmica de autor. Fica na Estrada Nacional nº 8, em São Cristóvão (junto ao Intermarché de Óbidos) o novo atelier de cerâmica Linhas da Terra. Este espaço é da responsabilidade do ceramista Victor Mota e tem uma área dedicada à produção e outra à exposição e venda de peças.
A designação “Linhas da Terra” está relacionada com o facto de ser necessário “conjugar várias linhas que nos ajudam a construir as nossas peças cerâmicas, das quais umas são curvas, outras côncavas e convexas”, disse o artista. A escolha deste nome tem também a ver com “as linhas da vida, com as novas etapas e projectos que nos vão levando para a frente”.
Além de assegurar o seu próprio emprego, o ceramista vai abrir mais um posto de trabalho no início do próximo ano.
Victor Mota, um dos autores da colecção de cerâmica da Gazeta das Caldas, achou que este era o momento para criar este novo espaço, cuja remodelação custou cerca de três mil euros. Apesar de achar que criar as Linhas da Terra “é um grande risco por causa da situação em que o país se encontra”, o responsável sente-se  motivado para apostar forte neste projecto, assim como na revenda e nas vendas on-line.
“Penso que é o projecto certo para este momento”, referiu o artista, acrescentando que vai procurar clientes interessados nas pequenas séries, assinadas e numeradas, pois crê que é por aí o caminho que deve seguir no que diz respeito à produção de cerâmica contemporânea.
O autor diz que gosta de surpreender os seus clientes apostando na qualidade e na estética. E não se queixa pois “tudo o que tenho produzido ultimamente vai-se vendendo”.
Aprendizes tornam-se “amigos da casa”
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No Atelier Linhas da Terra também há acções de formação para quem quer aprender o bê-á-bá da cerâmica. Neste momento há um grupo de aprendizes que leva projectos e pede auxílio a Victor Mota para os concretizar. “Acabam por se tornar pessoas amigas da casa”, disse o responsável, contando que há sobretudo estrangeiros que vivem na região  e que foram também os responsáveis pela árvore e pelas decoração de Natal do espaço.
Victor Mota dedica-se à cerâmica desde 1987 e não se vê a fazer outra coisa. Afirma que para encetar este novo projecto contou com a ajuda de muitos amigos pois foram precisas muitas horas de trabalho para transformar a antiga Pavi Caldas num local dedicado ao trabalho no barro. Neste momento tem três fornos e, por causa da época natalícia, tem dias em que faz duas cozeduras.
Na sua loja só se vão vender peças produzidas no próprio atelier. Além de vários modelos de presépios e de representações de Santo António, ou de personalidades como Fernando Pessoa (que são peças que Victor Mota cria há vários anos e para as quais tem vários coleccionadores), podem ser apreciadas várias obras de escultura cerâmica, reveladoras do domínio da modelação que este autor possui.
São disso exemplo cavalos, touros e cenas de fado que prometem impressionar os visitantes.
Além da venda ao público, neste momento, o ceramista revende as suas criações contemporâneas para lojas em Lisboa, Sintra, Óbidos e Nazaré.

Natacha Narciso
nnarciso@gazetadascaldas.pt

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