Linhas da arquitetura e do património inspiraram Manuel Bandeira Duarte

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O autor com um dos seus desenhos. Neste caso do prédio onde se encontra a Loja do Sr. Jacinto

Edifícios das Caldas inspiram autores como Manuel Bandeira Duarte. Artista está interessado em dar a conhecer melhor estes espaços ao público

Aos sábados de manhã nas Caldas há um bulício muito próprio que anima o coração da cidade. Neste sábado, dia 10 de maio, o movimento foi maior, motivado por iniciativas de escolas que trouxeram várias gerações ao convívio no espaço público.

A Loja do Sr. Jacinto juntou-se às várias iniciativas pois acolhe “O Silêncio das Linhas”, uma exposição de aguarelas de locais das Caldas, da autoria do caldense Manuel Bandeira Duarte.

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O designer de Ambientes é também artista e inspira-se no concelho e na sua cidade para realizar os seus trabalhos. “É uma mostra mais interventiva que evidencia as linhas do património que estão um pouco silenciadas”, disse o artista que quer dar a conhecer um pouco mais sobre edifícios históricos – não só através dos seus desenhos e aguarelas – mas também partilhando um pouco da história de cada espaço e que acompanha os seus trabalhos artísticos.

Presentes estão inclusivamente trabalhos que o autor fez em 2018, e que estiveram presentes na primeira exposição que este autor fez. “Podemos pois constatar a evolução das minhas linhas”, contou o autor, interessado no registo das várias fachadas de arquitetura antiga e também contemporânea e nalguns espaços que são também históricos.

Alguns dos responsáveis por espaços como a Casa Varela, a Loja do sr. Jacinto, Café Central ou a Casa Antero pediram ao autor que fizesse uma série de postais a partir dos originais. Nesses postais está pois um pequeno texto que dá a conhecer um pouco a história dos lugares. Desta forma, “as pessoas podem levar um pouco da informação sobre os locais para casa”, contou o autor enquanto dá a conhecer um dos postais referente ao espaço que acolhe a mostra.

Marcam presença nesta mostra onde se une o desenho e a aguarela, entre outros, os Pavilhões do Parque (de 2023), a Igreja do Espírito Santo (Largo João de Deus), Estação dos Comboio, as fachadas da Casa Varela do prédio da loja do Sr. Jacinto e áreas urbanas de espaço público onde se cruzam as ruas Miguel Bombarda e R. Coronel Andrada Mendoça. “Nos meus desenhos acabo por contribuir para a construção da memória dos próprios espaços e que se vão modificando.

“A mostra acaba por se dedicar à evolução da própria arquitetura das Caldas e também dos mesmos próprios desenhos”, resumiu o autor. Manuel Bandeira Duarte também se dedicou a retratar alguns painéis de azulejo que decoram a própria cidade e que, posteriormente, também dão origem a produtos como marcadores de livros.

Cláudia Henriques, responsável da loja do sr. Jacinto, afirmou que as mostras estão de volta a este espaço da concept store, após um período de menos atividade expositiva. “Além de excelente autor é também muito boa pessoa e que faz acontecer as iniciativas!”, disse a promotora.

A próxima mostra será da autoria de Ana Banana e que será seguida de uma experiência imersiva. Segundo Cláudia Henriques, as mostras da sua loja – que vão ter uma duração mensal terão sempre mais alguma iniciativa. No caso da programação da exposição “O Silêncio das Linhas” faz parte, no próximo dia 23 de maio, uma conversa com Margarida Araújo, Paulo Caiado e Sara Lopes.

Os convidados irão debater a importância do património, a valorização das raízes artísticas e culturais locais e a linguagem visual das ruas das Caldas.
A mostra, que é exposição-venda, encerrará a 24 de maio.

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