
A Liga dos Amigos do Museu de José Malhoa (LAMJM) adquiriu um estudo do pintor e ofereceu-o ao museu. Trata-se de um desenho de uma figura popular – adquirida a um particular – no valor de 4000 euros e que agora faz parte da coleccção do museu do pintor caldense. A obra foi dada a conhecer ao público a 26 de Outubro, data em que passaram 86 anos sobre o falecimento do artista.
“É um desenho sobre uma figura popular que foi feito em Figueiró dos Vinhos em 1911”, explica Margarida Taveira, presidente da Liga dos Amigos acrescentando que a obra foi adquirida a um herdeiro de Adriano Sousa Lopes, pintor a quem Malhoa ofereceu aquele desenho. “Soubemos que o proprietário queria vender o desenho pelo coleccionador caldense e nosso associado, João Maria Ferreira”, contou a presidente. A obra foi adquirida por 4000 euros e foi doada ao Estado, com o objectivo de integrar o acervo do Museu de José Malhoa.
Já não é a primeira vez que a Liga consegue negociar obras que hoje constam no acervo do museu do pintor. “Normalmente são peças que adquirimos aos privados pois quando vão a leilão, atingem preços muito elevados”, contou a responsável. A LAMJM já adquiriu um desenho de Malhoa sobre uma viagem que o pintor fez a Madrid, assim como desenhos e cartas de Malhoa e de Bordalo Pinheiro.
Malhoa fez sucesso no Brasil
“Creio que se justificava fazer uma grande exposição retrospectiva sobre José Malhoa em Lisboa”, disse Maria D’Aires da Silveira, técnica superior do Museu do Chiado recordando que a última mostra sobre o pintor naturalista caldense teve lugar em 1982 e contou com a colaboração do professor José Augusto França. A mostra teve lugar na Sociedade Nacional de Belas Artes e no Museu José Malhoa. “Teria que ser uma exposição muito abrangente sobre a sua obra”, disse a especialista, acrescentando que há inclusivamente interesse do Brasil em conhecer melhor os artistas do Grupo do Leão. “Poderíamos fazer uma exposição em parceria”, disse Maria Silveira. “Se houver verbas, estamos a tentar preparar essa mostra entre os dois países”.
José Malhoa esteve no Brasil em 1909 para inaugurar uma exposição sua, no Rio de Janeiro. Era constituída por dezenas de obras e foi um verdadeiro êxito. Escreveu na altura à sua mulher informando-a: “Estamos ricos!”, referindo-se ao facto de ter conseguido deixar do outro lado do Atlântico todas as obras que tinha levado para mostrar.































