Liga dos Amigos da Nazaré quer Dóris Santos no Museu

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O grupo diz que a sua directora “promoveu louváveis iniciativas, dinamizando diversas acções envolvendo a população nazarena”

Depois de conhecida a exoneração de Dóris Santos do cargo de directora do Museu Dr. Joaquim Manso (tal como foi noticiado pela Gazeta das Caldas no passado mês de Janeiro), a Liga dos Amigos da Nazaré veio a público defender que “a Nazaré fica mais pobre com o seu afastamento”. Dóris Santos estava à frente do Museu há três anos, mas a sua comissão de serviço chegou ao fim. Com as alterações que estão em curso, no âmbito da reorganização das entidades responsáveis pelos espaços museológicos e da criação da Direcção Geral do Património Cultural, a directora mantém-se em funções durante 90 dias, mas em gestão corrente.
Realçando que o Museu foi fundado há mais de 35 anos, a direcção da Liga dos Amigos da Nazaré diz que “durante o pouco tempo que [Dóris Santos] esteve à frente do Museu promoveu louváveis iniciativas, dinamizando diversas acções envolvendo a população nazarena”. E agora, “as reformas adoptadas pelo Governo, com o intuito de reduzirem custos, põem, efectivamente, em causa a sobrevivência do Museu Dr. Joaquim Manso ou, pelo menos, condicionam a sua existência às idênticas limitações da Autarquia”, aponta.
Numa carta publicada em lanazare.blogspot.com, o presidente da direcção da Liga, Rogério Meca, diz compreender que o momento que o país atravessa é difícil, mas lamenta “que as preocupações executivas do Governo esqueçam os mais elementares princípios de continuidade da nossa Cultura, parte integrante da nossa História que nos cumpre defender para bem das gerações vindouras”.Lembra ainda que o projecto do novo edifício do Museu, assinado por Siza Vieira, foi apresentado há uns anos “com pompa e circunstância”, mas a sua concretização é agora “uma incógnita”.
Por isso, apela a que todos os nazarenos, independentemente do local onde agora residam, “manifestem o seu desencanto por tais injustas medidas e que não permitam atentados tão graves como este”. Deixa o desafio para que façam chegar a sua contestação através de e-mail para liganazare@gmail.com, ou através de carta para as instalações (Rua Dr. Rui Rosa, 6A (loja) / 2450-209 Nazaré).
Fundada em 1956, a Liga dos Amigos da Nazaré é uma associação sem fins lucrativos e aponta como principais objectivos “a defesa e valorização do património cultural e natural, a conservação da natureza, a união de todos os amigos da Nazaré, a promoção e valorização das suas belezas naturais, artísticas e folclóricas, assim como da sua tradição”.

Tertúlia presta homenagem a José Soares

José Soares, escritor e estudioso da Nazaré, vai amanhã, dia 17 de Março, ser homenageado na vila piscatória. A partir das 15h00, o Museu Dr. Joaquim Manso acolhe a tertúlia “Estórias e Poesias de José Soares”, em torno de um homem que esteve ligado à fundação do museu nazareno (colaborando na recolha e no estudo de objectos etnográficos nos anos 70) e que ao longo da sua vida publicou diversos trabalhos sobre a histórias, os costumes e as tradições locais, “privilegiando um contacto estreito com artistas e intelectuais que frequentavam esta praia em meados do século XX”, conta o Museu.
Para esta homenagem foram convidadas diversas personalidades das áreas do património, da literatura e das artes plásticas. A tertúlia conta, assim, com a presença de António Jacinto Pascoal, Basílio Martins, Felisberto Santos Matos e Francisco Abreu Pessegueiro, além do presidente da autarquia nazarena, Jorge Barroso.
Na tarde de amanhã vai ainda ser exibido o filme “O Corrimoeiro”, realizado por Steve Delgado e gravado no Museu Dr. Joaquim Manso, com narração de José Delgado, a partir da sua obra homónima. Além disso, o espaço museológico tem ainda em destaque, na iniciativa “Objecto do Mês”, a pintura “Cabeça de nazarena”, pintada e oferecida ao museu por José Soares na década de 1970.
Já no Dia Mundial da Poesia, que se comemora a 21 de Março, o Externato D. Fuas Roupinho promove uma sessão de leitura de poemas de José Soares.

Conto de Alves Redol para dar as boas-vindas à Primavera

Na terça-feira, dia 20 de Março, o Museu Dr. Joaquim Manso dá início à actividade “Dá cor à tua flor”.
Durante dez dias, sempre de terça a sexta-feira, as crianças entre os quatro e os dez anos são desafiadas a assistir à leitura animada do conto infantil “A Flor vai ver o mar”, publicado por Alves Redol em 1968. A relação entre o mar, os barcos e a natureza que o escritor aborda no conto dá o mote a uma actividade que põe ainda os mais novos a pintar flores de papel, assinalando o início da Primavera e o Dia Mundial da Floresta, que se comemora a 21 de Março.
Esta é uma iniciativa limitada a 20 participantes por grupo e que custa um euro por pessoa, carecendo de inscrição prévia.

Joana Fialho

jfialho@gazetadascaldas.pt

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