O Covão dos Musaranhos, junto ao braço do Bom Sucesso, foi “palco” do espectáculo-percurso “Lagoa de Memórias” na tarde de 29 de Agosto. Ao longo de um quilómetro cerca de 200 pessoas, de diversas associações e grupos do concelho, recriaram histórias e lendas passadas naquele local, perante o entusiasmo dos espectadores.
A Câmara de Óbidos pretende continuar este trabalho com a comunidade. De três em três meses haverá um novo espectáculo, que deverá coincidir com as festas populares locais.
Sentado debaixo das árvores, a fazer um piquenique, um casal recorda que foi ali que se conheceu, e depois passou a lua-de-mel, cantando e dançando. Este foi apenas um dos vários apontamentos do espectáculo-percurso, mas que relata a história verídica de um casal há 53 anos.
Todo o evento foi criado inspirado nas histórias, experiências, lendas e provérbios que as pessoas que vivem nas proximidades da lagoa foram relatando a Marlise Gaspar, que depois as transformou em escrito e as encenou.
Em “palco” estiveram desde crianças dos jardins de infância até utentes dos centros de dia, passando por elementos de associações e da Banda Filarmónica de A-da-Gorda, que foram fazendo a ligação entre as várias recriações. A “Lagoa de Memórias” terminou em festa, com os participantes a dançar e a conviver.
Marlise Gaspar destaca que o evento tem também esse objectivo, de juntar pessoas que não se conheciam, de várias idades e realidades bastante diferentes, e pô-los a conviver.
A jovem formada em teatro, residente em Lisboa, explicou à Gazeta das Caldas que o espectáculo demorou três meses a ensaiar. Prepara-se agora para avançar já com o próximo e deixa o convite a todos quantos quiserem participar.
De acordo com a vereadora Celeste Afonso, que possui o pelouro do desenvolvimento comunitário, este primeiro percurso decorreu na Lagoa de Óbidos por ser um local conhecido pela grande maioria da população. Ainda assim a autarca questiona quantos conhecerão o percurso feito, ao longo de um quilómetro de terra batida e pelas margens do braço do Bom Sucesso.
“Queremos dar a conhecer o território, lugares, gentes e memórias”, disse a autarca, acrescentando que neste primeiro evento o objectivo foi conseguido. Ainda que, por vezes, as pessoas não tenham ouvido todas as falas, pois optaram por não utilizar amplificação, estas emocionaram-se com alguns pormenores e reviveram memórias de outros tempos em que se lavava a roupa nas águas da lagoa, ali se faziam piqueniques ou apanhavam berbigão.
A iniciativa terá continuidade, realizando-se um evento a cada três meses. “Queremos criar comunidade, que haja orgulho naquilo que se é e do lugar a que se pertence”, disse Celeste Afonso, acrescentando que o próximo, que ainda não está definido, acontecerá conjuntamente com uma festa religiosa e popular.
Poderá não ser sempre percurso. No Inverno espectáculos serão, provavelmente, em local fechado, mas sempre envolvendo toda a comunidade.
A Câmara já possui uma equipa a trabalhar ao nível do desenvolvimento comunitário e, além de afirmar os lugares, querem encontrar em cada um deles produto e valor económico, para que a comunidade se possa desenvolver, concluiu a autarca.






























