Lá vai o comboio dos Diabo na Cruz!

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DC8Palmas e danças já se viram muitas na plateia do auditório do CCC. Os portugueses Diabo na Cruz conseguiram mais do que isso e fizeram o público saltar da cadeira para formar um comboio humano que circulou por toda a sala e até subiu ao palco. Foi esta a energia vivida no concerto da banda de rock popular que veio até às Caldas no sábado, 12 de Março.
Maria Beatriz Raposo
mbraposo@gazetadascaldas.pt

Mesmo antes do concerto começar, alguns elementos do público já se distinguem dos restantes. Trazem vestidas t-shirts pretas e brancas com o nome da banda estampado a vermelho vivo. São mais de 10, pelo menos, e embora tenham comprado bilhete com direito a lugar sentado, decidem juntar-se no canto direito do palco para assistir de pé ao espectáculo.
“Seria uma tortura ver Diabo na Cruz sentada”, diz Susana Campino, que veio de Portalegre para ver o seu 16º concerto da banda. Não se torna repetitivo? “Nunca! O alinhamento varia e cada actuação serve para renovar as energias porque a música é muito acelerada e divertida”, responde a fã, que vem acompanhada de Ana Isa Rasquinho, também portalegrense. Esta, por sua vez, explica que trouxeram cartazes e um lenço típico de Viana do Castelo que será exibido no tema “Luzia”. As duas fazem parte do grupo de Facebook “Amigos do Diabo”, composto por mais de cem fãs que organizam as idas aos concertos.
“Duzentas mil horas”, tema do mais recente álbum homónimo aos Diabo, dá a abertura do palco. O público, que não poupa as palmas logo na primeira música, parece ter energia de sobra para as horas que durar o concerto.
Segue-se “Ganhar o Dia”, “Tão Lindo” e “Os Loucos Estão Certos”, um tema do primeiro CD que os espectadores têm na ponta da língua. Após “D. Ligeirinha”, outra das músicas mais cantadas pelo público, é a vez de “Vida de Estrada”, o single do terceiro álbum. Uma canção que fala sobre a necessidade de escapar à lufa-lufa quotidiana e ir “daqui para fora”, para um lugar mais puro, talvez as serras de Portugal.
Curiosamente, os seis diabos (Jorge Cruz, Bernardo Barata, João Gil, Sérgio Pires, João Pinheiro e Manuel Pinheiro) passam a vida na estrada e o vocalista reconheceu como essa rotina também pode ser cansativa. “Tentamos ao máximo que não se torne repetitivo e é a nossa paixão que faz com que as coisas não se façam em piloto automático”, conta Jorge Cruz.
É em “Chegaram os Santos” que o auditório se vira de pernas para o ar. O grupo de fãs que está de pé forma um comboio humano, para onde são arrastados todos os que preferem aquela correria ao conforto do assento. Estava feito o ponto alto do concerto. Metade do público já não se voltou a sentar para assistir aos seis temas que ainda faltavam tocar.

“O último álbum representa estabilidade”

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Formados em 2008 estrearam-se com “Virou!” (2009), continuaram com “Roque Popular” (2012) e em 2014 apresentaram “Diabo na Cruz”. “Tal como o ser humano nasce, é educado, sai para o mundo com uma certa insegurança e só depois descobre a pessoa que é, o mesmo aconteceu connosco. Estamos numa fase em que sabemos o que queremos ser e em que estamos muito unidos, daí o nome do álbum ser também o nosso”, explica Jorge Cruz.
Vencedores do Portugal Festival Awards 2015 na categoria de melhor actuação ao vivo, a banda cuja assinatura junta o rock contemporâneo à música popular portuguesa, provou ao auditório do CCC a conquista desse título.

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