O cartoonista António lidera o júri que integra autores de França, Alemanha, Cuba e da Polónia

Caldas da Rainha vai voltar a receber a gala que distingue os melhores cartoonistas do mundo. A 15ª edição da festa do World Press Cartoon está marcada para 9 de Maio, no CCC, altura em que se vão conhecer os trabalhos seleccionados por um júri internacional, liderado pelo cartoonista António e que esteve reunido nas Caldas entre os dias 8 e 11 de Fevereiro

Sem surpresa, Trump, Bolsonaro e o Brexit serão alguns dos temas fortes da edição de 2020 do World Press Cartoon. Caldas da Rainha volta a receber a gala e a exposição do WPC e segundo António Antunes – cartoonista do Expresso desde 1974 – e que coordena esta iniciativa anual, concorreram cerca de mil desenhos que foram publicados em toda a imprensa mundial durante o último ano.
Paa as Caldas “viajaram” 600 desenhos que concorreram às três categorias deste salão: caricatura, desenho de humor e cartoon editorial. A escolha para edição deste ano foi feita por um júri que integrou António Antunes (presidente do Júri e director do salão), Jacuk Wiejacki (Polónia), Osmani Simanca (Cuba), Sabine Glaubitz (Alemanha) e Jean-Michel Renault (França).
Desde há dois anos que já são admitidos a concurso trabalhos produzidos para publicações on-line. entre os prémios monetários que distinguem os melhores cartoonista conta-se o grande Prémio que atribui 10 mil euros ao vencedor.
Ao todo, a Câmara das Caldas investe 180 mil euros para a realização deste certame.

Júri visitou região

Todos os elementos do júri internacional salientaram a importância deste concurso mundial que visa distinguir os melhores cartoons publicados na imprensa mundial, sector que hoje vive momentos complicados. “É o certame de maior prestígio no que diz respeito ao que se faz de melhor na área da caricatura”, disse o polaco Jacuk Wiejacki que veio pela primeira vez a Portugal. o cubano Osmani Simanca já tinha estado em Portugal e foi um dos vencedores do World Press Cartoon.
Este autor gostou de conhecer as Caldas da Rainha e classificou-a como “um importante berço cultural de autores como Rafael Bordalo Pinheiro”. Cabe, na sua opinião, à Cultura e à Educação “o combate contra o fascismo, os preconceiros e os populismos que estão a surgir um pouco por todo o lado”.

Poderosos postos a nú

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Osmani Simanca ainda considera que os poderosos por norma não gostam dos desenhos de humor dado que “através do traço, ficam nus!”, rematou o caricaturista cubano. Por seu lado, para o francês Jean-Michel Renault “é uma honra” fazer parte do júri que vai seleccionar os melhores trabalhos que fazem a história do que de mais relevante se passou no mundo em 2019.
O francês fez questão de salientar a boa gastronomia portuguesa e acha que as Caldas da Rainha “tem muitas similitudes com a minha cidade de Montpellier”. A alemã Sabine Glaubitz, que é jornalista e crítica de arte, ficou bem impressionada com as Caldas da Rainha sobretudo por ser tratar de uma localidade que investe bastante na área da Cultura.

Difícil expressar opinião livremente

“Creio que têm nove museus, o que é bastante para uma cidade média”, disse a jurada, que considera que o World Press Cartoon se tornou ainda mais importante nos últimos anos, não só pela questão da distinção dos melhores trabalhos, como dado que “é cada vez mais difícil expressarmo-nos a nossa opinião livremente”. Há muito criticismo e, por isso, é importante que o cartoon continue a ser valorizado sobretudo num mundo “politicamente dominado por lideres como Trump e Bolsonaro”.
Durante o fim-de-semana, os cartoonistas de várias nacionalidades visitaram vários locais das Caldas da Rainha assim como de Óbidos, Nazaré e S. Martinho do Porto.
O World Press Cartoon realiza-se no CCC desde 2017 e já vai na sua 15ª edição.

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