Após a publicação do seu último livro de poesia “Compositores do Período Barroco”, em 2013, José Ricardo Nunes não tardou em voltar à escrita. Nesse mesmo ano, o poeta natural de Lisboa que reside nas Caldas da Rainha, completou os primeiros três poemas que compõem a mais recente obra, “Andar a Par”. O livro de 24 poemas publicado pela editora Tinta da China foi apresentado na passada sexta-feira, dia 19 de Junho, no Museu do Hospital e das Caldas, contando com sala cheia.
Em primeira mão, o convidado Joaquim Sapinho, cineasta português e amigo de José Ricardo Nunes, apresentou “Andar a Par”, destacando um livro que aborda “assuntos bastante difíceis, como a família” e que toca em questões do dia-a-dia, comuns a qualquer ser humano. “A realidade de ser pai, filho, irmão ou marido” está presente no livro, completa José Ricardo Nunes, acrescentando que “Andar a Par”, ao contrário de outros livros da sua autoria, não trata de problemas filosóficos.
Não há dúvida que a família é um dos aspectos centrais desta obra, não fosse dedicada à filha do escritor, Maria Beatriz.
“No ano em que fiz 18 anos os meus pais deram-me uma carta, eu ofereço este livro à minha filha, que também completa 18 anos este ano”, afirmou o poeta.
Em “Andar a Par” encontram-se referências aos pais, à irmã e à filha de José Ricardo Nunes, assim como a alguns amigos e a lugares bastante próximos. A praia da Foz do Arelho, Salir do Porto, Óbidos, Alcobaça e Lisboa são alguns exemplos. Por outro lado, o escritor faz também alusão a versos de grandes nomes da poesia portuguesa, como Herberto Helder, Mário Cesariny, Ruy Belo e Jorge de Sena.
O título “Andar a Par” não foi a primeira opção de José Ricardo Nunes, que pensou inicialmente em “Crianças de Mão”, por oposição a “Crianças de Colo”. Isto porque, na óptica do poeta, o livro fala igualmente do ser humano “na sua condição de criança, que anda pelo mundo e não tem quem lhe dê a mão”.
Durante a apresentação, por vezes pontuada pelo som dos sinos da Igreja Nossa Senhora do Pópulo, foram lidos quatro poemas, um pela filha do autor, outro pela sobrinha e dois pelo próprio, sempre aplaudidos calorosamente.
A mais recente obra do poeta integra uma colecção de poesia, editada pela Tinta da China, da qual já se incluem dez títulos.
O poeta e cronista Pedro Mexia, responsável pela colecção, também esteve presente no Museu do Hospital e das Caldas, referindo que “os poetas que participam na colecção são bastante diferentes entre si, o que permite um conjunto de obras muito diversificado”. “Andar a par” é o primeiro livro de José Ricardo Nunes publicado pela editora portuguesa independente.
Maria Beatriz Raposo






























