José Ricardo Nunes e Pedro Mexia partilharam poesia nas Caldas

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1-AutoresA livraria Bertrand, no centro comercial La Vie, acolheu a 19 de Fevereiro uma tertúlia literária com os poetas José Ricardo Nunes e Pedro Mexia. As cadeiras não chegaram para todos os que quiseram assistir a esta apresentação dialogada, onde os dois autores, amigos de longa data, apresentaram os seus últimos livros.
“Andar a Par” e “Uma vez que tudo se perdeu” são as duas obras de José Ricardo Nunes e Pedro Mexia que serviram de mote à sessão onde os dois autores apresentaram as obras de poesia um do outro, perante cerca de 30 pessoas.
São ensaístas e críticos. Conhecem-se bem, assim como às obras um do outro e por isso “funcionamos bem nesta apresentação dialogada”, disseram no final da sessão, onde foi notória a empatia e as afinidades literárias. Um formato “mais pessoal, que simplesmente não seria possível” para a maioria dos autores, fez notar Pedro Mexia, um habituée nas sessões de apresentação de obras de José Ricardo Nunes.
E como a relação pessoal tem sido longa e profícua, esta permite a quem assiste conhecer pormenores das obras que de outra forma não poderia imaginar.
Chegar ao maior número possível de pessoas é a ambição dos escritores que, nas Caldas, têm os livros à venda na Bertrand.
Ambos chamaram a atenção para o facto daquilo que afirmaram sobre as obras um do outro ser apenas uma leitura possível, daquele momento, e que essa leitura, daqui a 15 dias, poderia ser outra completamente diferente.
Os convidados relevaram ainda alguns pormenores sobre o processo de escrita. Mexia escreve com regularidade para jornais e blogues, ao passo que José Ricardo Nunes contou que escreve “de uma forma muito inconstante”.
O tema do tempo é algo que está em análise na obra de Pedro Mexia, sobretudo quando se trata do passado e respectivas memórias. Só raramente aborda nos seus textos o presente e o futuro.
Também José Ricardo Nunes aborda o tempo nas suas obras. Na penúltima, “Compositores Barrocos”, referiu-se ao tema da eternidade numa obra onde os compositores daquela época (barroca) se referiam a um tempo passado.
Em “Andar a Par” evoca-se algum passado, há textos de cariz autobiográfico e confessional. Mas estes “estão ao serviço daquilo que é a condição humana e não servem para resolver os meus problemas a partir da literatura”, referiu o autor caldense que, para já, não tem projectos de edição. O seu amigo Pedro Mexia vai voltar a editar textos que edita num dos seus blogues e planeia também reunir toda a sua poesia em livro.
A Bertrand  vai continuar a apostar nas tertúlias literárias. Em Março está prevista a vinda de Nuno Costa Santos para apresentar o seu último livro “Céu nublado com boas abertas”.

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