Intervalos, um retiro intensivo dedicado ao cinema português e que terá continuidade

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Responsáveis de várias entidades na abertura do evento

Ao longo de três dias, Caldas deu destaque ao cinema português. Mostra regressará no próximo ano

Cineastas, críticos, distribuidores, diretores de festivais estiveram nas Caldas, entre os dias 10 e 12 abril e fizeram parte da 1ª edição do Intervalos, Encontro e Mostra de Cinema onde estiveram em destaque várias vertentes relacionadas com o cinema em Portugal. Esta primeira edição contou ainda com a estreia do sistema de projeção em DCP que resultou de um processo burocrático demorado, mas que tem aqui o seu epílogo, graças a uma candidatura do município, no valor de 150 mil euros.

“Agora sim, podemos ver cinema com excelentes condições técnicas”, referiu o diretor do CCC, Mário Branquinho

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Nas sessões de filmes, os realizadores foram convidados a apresentar um outro filme e proporcionar o debate em volta de ambos, proporcionando também o contato entre autores e espectadores. A mostra, que agora estreou, foi “uma espécie de retiro cinéfilo intensivo”, disse, no final, Mário Branquinho sobre a iniciativa que contou com a apresentação do livro “Um Território Comum. Residências de investigação Artística do Mestrado em Artes do Som e da Imagem”, da ESAD.CR, iniciativa que decorreu em parceria com a Associação OSSO e com a LIDA.

Os convidados do Intervalos foram até S. Gregório onde tiveram a oportunidade de conhecer a dinâmica daquela associação. No dia seguinte foi feita uma visita guiada à cidade e ao espólio de cinema e arquivo cinematográfico de Mário Lino, e que está patente no Museu do Ciclismo.

E houve a sessão foco que fará parte de Intervalos e que irá destacar realizadores e as suas obras. Neste primeira edição o escolhido foi Manuel Mozos.

À Gazeta das Caldas, o homenageado referiu que esta mostra “foi muita enriquecedora” não só para rever os seus filmes como pela “partilha e convívio com as pessoas ligadas a este setor e que não via há algum tempo”.

O realizador de filmes como “Xavier”, “Lisboa no Cinema” ou “4 Copas” sentiu-se honrado com a homenagem que lhe feita e salientou a visita à Associação Osso em São Gregório e a visita ao espólio de cinema de Mário Lino. Sobre os momentos de pausa “estivemos em família!”, resumiu o realizador que espera que o evento possa ter mais público para o próximo ano.

Por seu lado, a realizadora Eva Ângelo, que integrou a equipa de organização deste evento- com Mário Branquinho, as docentes da ESAD, Susana Duarte e Maria Mire, pelo docente da UBI, Paulo Cunha e pela Lara Tomás, do Cineclube CR – destacou a presença de associações, algo que terá continuação neste evento. A primeira convidada foi a associação portuguesa de realizadores que escolheu as Caldas para fazer a apresentação da publicação “A Glória de Fazer Cinema em Portugal”.

Na opinião da cineasta, o Intervalos possui um modelo “interessante” sobretudo pela questão do realizador ser convidado a escolher e a falar sobre um filme de outro autor. “São momentos importantes que são formadores e dão a oportunidade de falar sobre dimensões dos filmes diferenciadas”. Gostou a visita ao espólio ligado ao cinema de Mário Lino que é ”valioso” e “ele é um apaixonado pelo trabalho que faz”.

Mário Branquinho sublinhou que a visita guiada a esta coleção foi importante pois as pessoas ligadas ao cinema que participaram no festival “não conheciam este tesouro que está nas Caldas e que tem muito para trabalhar em termos de investigação e catalogação”. O diretor do CCC acha que esta edição de estreia “foi de facto um retiro cinéfilo intensivo”.

A vereadora da Cultura, Conceição Henriques, considera que a Mostra Intervalos não podia ter corrido melhor tendo salientado que gostou dos filmes visionados. A autarca garantiu a continuidade do evento já que a proposta do diretor do CCC “superou as melhores expetativas”.

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