Impulso prossegue com apostas no feminino

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Surma fez vibrar o CCC como seu novo álbum, após uma primeira parte de harpa. Noite prosseguiu com Dj’s no Spacy

O serão de 21 de abril, no CCC, vai ficar na história do Impulso. Surma apresentou o seu novo álbum “alla” e acompanhada pelos músicos João Hasselberg e Pedro Manuel Alves deu a conhecer nas Caldas porque é considerada uma das mais promissoras artistas das novas gerações.
“Sinto-me segura em apresentar o novo álbum em trio, fazêmo-lo sempre com grande power e energia e espero passar isso ao público”, disse Débora Umbelino, a cantora leiriense que dá corpo e alma ao projeto Surma. E fê-lo com mestria. A rapariga aparentemente frágil transforma-se num verdadeiro animal de palco que ora toca guitarra ora orgão, cantando em inglês ou usando vocalizações. E fê-lo em total consonância, em harmonia e por vezes em desarmonia também, com os seus músicos, mesmo nos momentos de improvisação.
Antes de atuar, a cantora partilhou com a Gazeta das Caldas que o novo trabalho foi “mega arriscado e que a fez “sair da zona de conforto e segurança”. A pandemia trouxe-lhe fragilidades e, como tal, “alla” fala sobre “vulnerabilidade e sobre o facto de nos termos que aceitar tal como somos”. Em miúda, contou, foi vítima de bullying e fala sobre isso neste álbum, onde “mostro como sou. Sou eu a 100%, sem qualquer barreira ou medo”.
Surma diz que as influências num álbum que tem tantas inspirações em “alla” são mais que muitas e vão desde o punk até à música clássica. Também contou com a colaboração de vários artistas desde Selma Uamusse, Ana Deus, Noiserv e Joana Guerra. Enquanto artista, Surma, que possui formação musical, não se quer focar num só género pois é na experimentação e no aliar de géneros que se revê.
Débora Umbelino é ainda fã do Caldas Late Night(CLN), evento que acompanhou desde os 17 até aos 23 anos. Vinha ter com uma prima que estudava na ESAD.CR e “era religioso vir ao CLN!”, contou a artista apreciadora do que se vai passando atualmente na música portuguesa. “É inacreditável a qualidade da nossa música que merecia ser conhecida internacionalmente”, rematou a artista que explora os diferentes caminhos do jazz, da eletrónica e os coloca ao serviço da sua própria identidade musical, criando momentos únicos e oferecendo-os ao público. Surma vai continuar a dar que falar. Seguramente.
Este Season Impulso, que contou com a plateia quase cheia, recebeu também, na primeira parte, a harpista espanhola Angélica Salvi. Radicada no Porto desde 2011, a instrumentista dedica-se à improvisação, à música contemporânea e à eletroacústica. Em palco uniu o som clássico da harpa a sonoridades mais cruas e experimentais. A harpista também colaborou no novo álbum de Surma.

Dançar até de madrugada
Esta terceira sessão ficou também marcada pelos sets de várias Dj’s que atuaram no Spacy Club, já noite dentro, com os sets de bb.wav b2b ELBA, DJ Princesa, Nuphar e DAKOI. Gazeta conversou com as convidadas que vieram ao CCC assistir aos concertos. As convidadas estão ligadas às Caldas pois estudaram na ESAD.CR tendo feito os cursos de Artes Plásticas ou de Som e Imagem. Dj Princesa ou Alice, ainda está na ESAD.CR. A DJ que se estreou em ambiente de festival, trouxe a batida à pista de dança que alia também com ritmos afro e a eletrónica. Elba é cantora e produtora santiaguesa. Foi aluna Erasmus, estudou Som e Imagem e continua ligada às Caldas pois tal como a DJ Inês, trabalha na equipa criativa do Festival Impulso. Como Dj’s mistura Techno, Synth, Eurodisco ou Bakalao. “É interessante um line-up só de mulheres o que é ótimo e diferenciador do Impulso”, disse Nuphar que mistura hardcore, hyperpop deconstructed club com ritmos de funk e reggaeton. Dakoi, também se formou na ESAD, e touxe ritmos rave com funk, reggaeton e afro. Impulso regressa a 19 de maio com Golden Slumbers e com o músico Dino D’Santiago. ■

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