“Gil Vicente e as Caldas”, assim se designou a sessão organizada pelo PH em parceria com a Universidade Sénior das Caldas, a 21 de Fevereiro, na Igreja do Pópulo. Os historiadores Isabel Xavier, Nicolau Borges e Joana Beato Ribeiro deram uma lição de história sobre o local, o dramaturgo e a sua influência nas Caldas. A iniciativa decorreu na Igreja do Pópulo, o único local que se mantém intacto onde em 1504 foi representado o Auto de S. Martinho de Gil Vicente.
“Antes do concílio de Trento, as igrejas eram mais abertas e acolhiam autos e representações”. Quem o afirmou foi Nicolau Borges, historiador e membro do PH acrescentando que foi no interior da Igreja do Pópulo que em 1504 foi representado o Auto de S. Martinho, de Gil Vicente. Nicolau Borges deu a conhecer vários pormenores sobre a arquitectura e a decoração artística deste templo, considerado uma “igreja salão”. Era nesta igreja que os enfermos se confessavam e comungavam antes de iniciar os tratamentos. A capela comunicava directamente com a zona hospitalar de modo a que os doentes pudessem ouvir os ofícios religiosos. Por isso desde sempre esteve exposta à acção da água termal e sempre teve necessidade de um investimento constante na sua manutenção.
O templo é dedicado a N. Sra. do Pópulo e ao nível exterior “tem pouca projecção”. Se não fosse a sua imponente torre sineira, “mal se dava por ela”, referiu. A construção da igreja teve que ser adaptada por causa da existência das nascentes. Segundo o historiador, D. João V foi obrigado a intervir nas suas fundações pois “o edifício do Hospital Termal estava literalmente a afundar-se”.A Igreja de Nossa Senhora do Pópulo é o único Monumento Nacional da cidade das Caldas e já se encontra classificada como tal desde 1910.































