Hansi Staël será nome da rua. Quando a houver.

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A artista húngara trabalhou na Secla durante a década de 50 |DR

Chegou recentemente à Câmara das Caldas um pedido para dar o nome de Hansi Staël a uma rua da cidade. Este reuniu perto de 300 assinaturas, de várias personalidades do mundo da cultura que se uniram para que fosse homenageada a artista húngara que foi directora artística da Secla, nos anos 50.
Mas o presidente da Câmara, Tinta Ferreira, diz que não há novas ruas pelo que o pedido – aceite de forma unânime em sessão de Câmara – terá que aguardar que haja novos loteamentos.

A húngara Hansi Staël (1913-1961) foi directora artística da Secla entre 1950 e 1959, ano em que teve de se retirar por motivo de doença. O seu trabalho foi inovador e importante para aquela unidade industrial. Em muitas peças usava motivos da tradição portuguesa para a decoração e as suas propostas de design contempôraneo tiveram grande aceitação entre os clientes daquela fábrica dos EUA, Inglaterra, Alemanha, Suécia e África do Sul. A artista também se dedicou ao projecto do Estúdio Secla, local ligado à fábrica por onde passaram vários artistas portugueses e estrangeiros.
Hansi Staël foi vitima de esclerose múltipla, doença que a incapacitou em 1959, tendo falecido dois anos depois.
Devido ao seu trabalho, Virgílio Marques teve a ideia de propor à Câmara das Caldas que o seu nome fosse dado a uma rua. O promotor desta ideia é natural de Alfeizerão, mas vive em Lisboa. Tem 66 anos e foi fundador da Associação Guilhermina Suggia, a que também preside. Está ligado a questões de preservação do património há vários anos. Por sua acção foi dado o nome de Glicinia Quartin a uma Avenida em Lisboa, em 2012.
Virgilio Marques, com o apoio da  investigadora Rita Ferrão, que escreveu um livro sobre Hansi Stael e da filha da artista, Ilona Thykier, reuniram perto de 300 assinaturas para fazer o pedido à autarquia caldense. Da listagem fazem parte nomes como Klara Breuer (embaixadora da Hungria), José Alberto Ribeiro (director do Palácio Nacional da Ajuda), Matilde Coto, Marta Lucas, Jorge Pereira de Sampaio, Margarida Araújo, Jorge Silva Melo, Afonso Cruz, Mário Claudio, Richard Zimler, Maria Emilia Bredorode Santos, Eduarda Dionisio, João Ferreira e Clellia Bettinni (viuva de António Tabucchi).
“Creio que se justificava dar o nome de Hansi Stael a uma rua das Caldas. O seu trabalho foi de facto muito inovador para a época”, disse Virgilio Marques que fez a carta à autarquia e recentemente recebeu a resposta que a ideia foi aprovada por unanimidade em sessão de câmara.
No entanto, não será possível para já a sua concretização por não haver novas ruas na cidade, explicou Tinta Ferreira à Gazeta das Caldas.
Mudar o nome de uma rua não é solução dado que traria transtornos aos cidadãos que teriam que procedor à mudança de morada em vários documentos, desde o cartão do cidadão até à documentação das suas habitações. No entanto, se se registar o crescimento de novo loteamentos na cidade então o nome de Hansi Staël voltará a ser equacionado.

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