Certame recebeu autores que reciclam materiais para fazer facas e iniciantes. Gazeta entrevistou o cuteleiro mais novo. Tem 12 anos
Justino Pavia é do Alentejo e sempre se habituou a ter canivetes, sendo que os primeiros foram oferecidos pelo seu pai. “Hoje sou eu que os faço”, disse com orgulho o cuteleiro em cuja mesa de família, cada elemento tem o seu próprio canivete.Embora sempre ligado aos
canivetes e nos anos 90 esteve na Alemanha onde contactou com a cutelaria artesanal germânica e também francesa. A partir de 1996 começou a frequentar salões internacionais. Esteve também nos EUA e fui fazendo, adquirindo conhecimentos com alguns mestres sobretudo gauleses.
É esta história que Justino Pavia conta no seu livro que foi apresentado na Naifa. Faz tudo de raiz e até gosta de preparar os aços de carbono e de damasco. “Uso aço reciclado por exemplo usei em facas o aço usado numa bicicleta velha lá de casa”, contou o autor. Em tempos idos, o metal das lâminas de alguns dos seus canivetes “já foram os raios de uma das rodas da bicicleta”. Francisco Rodrigues tem 12 anos e veio de Coimbra às Caldas para visitar a Naifa. A arte da cutelaria vem do bisavô e o jovem ganhou o gosto de fazer as suas próprias facas. E veio mostrá-las aos profissionais que se reuniram neste certame. O futuro engenheiro promete continuar a dedicar-se não só à cutelaria como também quer aprender marcenaria.
Paulo Tuna foi o coordenador da Naifa e estava satisfeito no final com o sucesso do evento.
“As Caldas é a cidade ideal para receber pessoas”, disse o cuteleiro que é também artista plástico, formado na ESAD.CR. Na sua opinião a Naifa tem que ser consolidada e divulgada mais cedo entre os seus públicos preferenciais que são os chefs de cozinha e os caçadores.
A iniciativa também teve em conta as próprias necessidades dos cuteleiros e ,por isso, houve bancas de maquinaria de corte e gravação a laser, máquinas lixadoras e dois fornecedores de aços, oriundos do estrenageiro.
“Para uma primeira edição foi muito bom tendo em conta as reações dos participantes e do público”, disse o organizador que também pertence à Centra. Houve três momentos especiais durante o decorrer da Naifa: a apresentação do livro de Justino Pavia, um workshop coordenado por Paulo Tuna que ensinou como é que devem afiar facas. E o momento mais alto foi a competição de corte que pôs 11 cuteleiros a competir entre si para ver qual das facas cortava melhor. O vencedor foi Tiago Garcia que veio do Painho (Cadaval). Os prémios foram barras de aço, merchandising da Naifa e uma garrafa de vinho.































