Grémio Caldense, a organizar eventos desde 2015

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Nayara Siler, Francisca Branco, Susana Valadas e Ricardo Pimentel. No canto superior direito, Melissa e João, os dois estagiários.

Concertos, feiras e eventos que aliam cinema e sabores de outras paragens são algumas das propostas do Grémio Caldense, associação que nasceu de um colectivo disposto a fazer acontecer cultura nas Caldas. No passado sábado, o Grémio trouxe às Caldas música contemporânea, um dos 150 eventos organizados

O Grémio Caldense é um dos grupos independentes com maior programação cultural regular nas Caldas. A par com a Electricidade Estética, é responsável pela realização de ciclos de iniciativas ligadas à música, cinema, poesia e gastronomia que já ganharam público próprio. O grupo surgiu em 2015, período ainda de crise e vivia-se nas Caldas “uma necessidade gritante de realizar eventos”, contou Francisca Branco, uma das fundadoras do colectivo que teve como primeiro grande evento público vários concertos a decorrer nos Silos, a 31 de Maio de 2015, integrados no Caldas Late Night. Seguiram-se torneios de jogos tradicionais e festas de Santos Impopulares – pois celebravam santos menos conhecidos como Marcelino de Champagnat. Após uma primeira fase de incubação, o Grémio Caldense ganhou asas, autonomizou-se da Associação DAR (com sede nos Silos) e sob, a coordenação actual de Ricardo Pimentel, Susana Valadas, Francisca Branco e Nayara Siler (todos formados na ESAD), continua a propor uma programação regular em vários espaços caldenses. Cedo entenderam que não era necessária uma sede, podendo trabalhar em parceria e programando para vários locais da cidade.

“Desbundas” no bar

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Em 2016, foram responsáveis por noites temáticas no bar Parqe que tinham lugar às terças-feiras. Organizaram eventos ligados aos jogos, ao cinema, à poesia e ao desenho. Estas “Desbundas” eram complementadas com concertos, propostas musicais alternativas, nacionais e internacioanais, que se encontravam em circulação pelo país. Muito rapidamente, através do Grémio, Caldas tornou-se num ponto de referência onde os grupos querem vir tocar. Só no final de 2019 é que o colectivo se constitui como associação formal. “Estávamos a crescer e precisávamos de ser uma entidade formal”, disse Ricardo Pimentel, acrescentando que partilham concertos e actividades com o Sonoscopia, associação do Porto ou com a Osso, de Lisboa que tem um pólo em São Gregório.
O Grémio Caldense já realizou eventos na antiga sede do PCP, em vários museus, na Molda, ESAD, Céu de Vidro, Centro de Artes e Igreja do Espírito Santo. “Não vale a pena tentar fazer eventos sozinhos. Em parceria somos mais fortes”, salientou Susana Valadas, acrecentando que o Grémio também se distingue pela forma familiar com que acolhem os seus convidados. Há sempre uma refeição comum “feita com carinho”, em que se promove a partilha e o convívio. Em média, os seus eventos acontecem para 50 a 60 pessoas, não excluindo os que tiveram várias centenas de participantes.

Feiras, cinema & sabores

A primeira feira de autor decorreu nos Silos mas a partir da segunda edição, em 2017, que teve lugar nos dias 24 e 25 de Abril, passou a acontecer no Céu de Vidro. Recebeu centenas de visitantes e contou com a participação de 40 autores de todo o país.
A gastronomia – com carácter sustentável e vegetariano – e a música, também fazem parte deste evento que integra a programação cultural da cidade. “Comer com os Olhos” é uma outra iniciativa marcante do Grémio que une o cinema e à gastronomia de vários países. A iniciativa que vai acontecer em Maio ou Junho, no Céu de Vidro, já vai na quarta edição e já destacou países como o Irão, Tailândia e Índia. O próximo será a Polónia e espera-se que, tal como nos anteriores, esgote as inscrições. O Grémio gostaria de profissionalizar a sua acção e continuar a contribuir para a divulgação de grupos independentes. Uma das ambições desta associação, além da regularidade dos eventos, é poder ressarcir melhor os convidados que trazem dinamismo alternativo às Caldas..

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