Gravadoras ligadas ao Norte mostram obras no Posto de Turismo

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Gravadoras de várias nacionalidades têm trabalhos em exposição na galeria situada ao cimo da Praça

Quem quiser conhecer o que de melhor se faz na área da gravura contemporânea, pode vir à Galeria do Posto de Turismo no cimo da Praça da Fruta e apreciar os trabalhos que integram “O Jardim Secreto”.
A mostra abriu a 8 de julho e é uma coletiva das gravadoras Céu Costa, Júlia Pintão, Mami Higuchi, Najla Leroy e de Ruth Lee. A curadora é de Célia Bragança, docente de Gravura da ESAD que fez esta proposta a este conjunto de artistas que estão ligadas a universidades do Porto.
Sob o tema do “O Jardim Secreto”, a mostra pretende “dar a conhecer a gravura contemporânea ocidental e também japonesa”, disse a curadora.
“O tema ligado ao jardim é algo que já trabalho habitualmente”, disse Najla Leroy, 37 anos, e que vive em Portugal há sete anos. Está a realizar o seu doutoramento em Artes Plásticas e é docente na Universidade do Minho.
Apresenta nesta exposição gravuras onde elementos naturais de plantas “decoram” uma figura humana que está em diferentes posições de Yoga.
“Este é um trabalho que me traz lembranças do jardim da minha mãe, que fica do outro lado do Atlântico”, disse autora Najla Leroy que usa cartão dos pacotes de leite para a execução dos elementos naturais nas suas gravuras.
Por seu lado, a japonesa Mami Higuchi, natural de Fukushima, vive há vários anos em Portugal. “Durante a pandemia o único sítio onde conheci alguma cura era na minha horta”, disse Mami Higuchi que estableceu um paralelo com a cidade das Caldas, também ligada à cura termal. A autora leciona no Porto e é convidada a dar workshops sobre gravura japonesa em Lisboa.
É também uma das fundadora da Matriz, associação ligada à gravura que está sediada na Invicta.
Trabalha com elementos naturais, flores e plantas como as camélias e que surgem nas suas gravuras. Presentes em vários trabalhos estão as camélias. “A primeira camélia da Europa chegou do Japão a Portugal e por isso a cameleira também se designa japoneira”, contou a artista daquele país que no próximo ano irá ser convidada a lecionar um workshop na ESAD.
Céu Costa, Júlia Pintão são também fundadoras da Associação Matriz, embora pertençam a uma geração anterior à das autoras que estão a expôr nas Caldas. Além da Matriz, Júlia Pintão está também ligada à galeria Esteta, espaço de referência de gravura na cidade portuense.
Presentes estão as mais variadas técnicas de impressão desde a xilogravura até a flores em tecido que são também base para gravuras. Estas últimas aludem às rosas da Rainha Santa Isabel e são da autoria de Ruth Lee, artista inglesa que viveu em Coimbra. A artista têxtil, que é também gravadora vive atualmente no Porto. .
“Trata-se de uma mostra de grandes mestres-mulheres que está um pouco circunscrita ao Norte do país. É importante dar a conhecer o que se faz. Agora pretendo “levá-las” para a ESAD”, resumiu a docente Célia Bragança acrescentando que gostaria que ensinassem as suas técnicas de impressão aos alunos que estudam na escola de artes caldense.
A não perder, a exposição “O Jardim Secreto” vai estar patente, na galeria do Posto de Turismo, até ao próximo dia 26 de agosto.■

Os trabalhos de gravura das cinco autoras apresentam estéticas diferenciadas
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