
A exposição “A cultura da bicicleta visita o Museu do Ciclismo” está agora valorizada com mais uma dezena de painéis com imagens do passeio de bicicletas realizado no passado dia 5 de Outubro pelo Grupo Amigos da Natureza – ACR Campo.
Estas fotografias vêm juntar-se a muitas outras tiradas pelo fotógrafo caldense em vários locais do país, como Redinha, Pombal ou Burinhosa (Pataias) e que se encontram patentes naquele museu. A imagens mostram trajes e utensílios, como as cestas de vime, as leiteiras, ou o serviço postal que faziam parte do quotidiano dos portugueses nas décadas de 60 e 70.
Os passeios de bicicleta estão na moda e Mário Lino fica contente que assim seja porque “fazem recordar memórias do passado que é necessário preservar”. Mas os passeios que reúnem algumas centenas de participantes apenas possibilitam algumas fotografias, pois muitos não “aparecem devidamente vestidos à época” e, como tal, não são motivo de interesse a captar pela objectiva do fotógrafo.
Mário Lino considera que as imagens tiradas nestes encontros são um espólio do museu, que pode servir de estudo e até de futuras exposições, permitindo conhecer melhor os trajes regionais e profissionais, de artes e ofícios, assim como os equipamentos usados durante a primeira metade do século XX, sobretudo pela classe trabalhadora.
AGUARELAS DE SOFIA AMBRÓSIO
À exposição de fotografias junta-se “A Bicicleta no país das maravilhas…”, composta por 14 aguarelas pintadas por Sofia Ambrósio. A jovem, licenciada em Artes Plásticas pela ESAD, inspirou-se nas imagens que viu no Museu do Ciclismo e criou as suas obras, todas elas relacionadas com a bicicleta.Aquando da inauguração da exposição, foi também lançado o número 4 da revista B Cultura de Bicicleta, que integra uma reportagem sobre o Museu do Ciclismo escrita pelo director da publicação, Pedro Carvalho.
No artigo, o autor faz referência à documentação existente no Museu do Ciclismo e destaca a companhia do seu director, com quem passaram “horas a ouvir histórias fantásticas sobre os grandes heróis do nosso ciclismo, contadas com entusiasmo, quase juvenil”.
A reportagem faz ainda nota das poucas pessoas que visitam este espaço (5.000 visitantes em 2011), destacando que este possui bastante motivos de visita.
Mário Lino regista também, “com mágoa”, que cada vez há menos pessoas com vontade de oferecer material para enriquecer o espólio museológico. “Antes de a Câmara ceder o espaço ao Museu do Ciclismo tive muita gente que me ofereceu material para a minha colecção e, que eu depois, ofereci depois à autarquia”, recorda, adiantando que agora as pessoas pensam que as suas peças valem muito dinheiro e não se querem desfazer delas.
O director do museu acrescenta que, na maioria dos casos, tal não é verdade, pois muitas delas apenas têm valor histórico, cuja importância só será dada pelo museu e pela sua exposição pública.
Referindo-se ao espaço que dirige, Mário Lino refere que prefere chamar-lhe Centro de Investigação da História do Ciclismo ou Centro de Interpretação do Ciclismo, fugindo assim ao “sentido estático” que a nomenclatura museu pressupõe.
Para além dos eventos nas Caldas, o Museu do Ciclismo vai apoiar um passeio de bicicletas a realizar na Redinha, a 17 de Março de 2013. Já a exposição que agora se encontra neste espaço museológico até finais de Novembro, seguirá depois para Castelo de Vide e Pombal.
Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt






























