É sábado, 6 de Agosto, e o ponteiro quase atinge as 22h30. Na rua, na Foz do Arelho, os termómetros registam perto dos 21º C.
No areal um recinto que inclui os quatro bares, uma zona de mesas e a pista de dança. Lá dentro vemos já dezenas de pessoas sentadas. A tradicional tenda gigante que serve de pista de dança ainda está muito vazia. Por esta hora ainda pertence às muitas crianças que por ali dançam, correm e brincam.
Pela marginal centenas de pessoas passeiam. Há gente de todas as idades e de várias nacionalidades nesta noite na Foz.
À medida que os ponteiros do relógio avançam a pista vai-se compondo. A certo ponto torna-se pequena para a multidão que acorreu à festa.
A meio da noite, e já depois de tocarem nas esplanadas dos bares de praia, os Peña Kalimotxo actuaram no recinto, junto aos bares e mesas.
A actuação foi muito elogiada, mas o facto de a música na tenda ter parado foi criticado. Dentro da tenda ficou apenas o barulho de centenas de pessoas a conversar.
Mal termina a muito animada actuação dos Peña Kalimotxo, regressa a música na tenda. Para extâse geral, ouve-se o “Conquistador”, dos Da Vinci. Até depois das 2h00 continuava a chegar mais e mais gente e a azáfama era grande.
E já depois das 3h00 o recinto mantém-se cheio de pessoas a beber, a dançar e a conviver ao som dos dj’s Gabi e Peter S. Os últimos sons ouviram-se já ao amanhecer pelas seis da manhã.
Uma festa que atrai a maioria dos caldenses
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À entrada do recinto falamos com a caldense Sónia Santos, que ainda não entrou na festa. “Costumo vir com frequência porque é ao ar livre – o que, por si só, é óptimo -, por outro lado é na Foz, que é sempre uma mais valia”, disse Sónia Santos à Gazeta das Caldas. “Venho para rever pessoas que só vejo uma vez por ano, para dançar e para me divertir”, concluiu.
O jovem Jay Duarte, luso-americano que todos os anos vem passar férias em S. Martinho do Porto, destaca que este é “um país realmente seguro, que tem um tempo maravilhoso”. Ainda não entrou no recinto, mas espera “boa música para dançar, beber e conhecer pessoas boas”.
A jovem caldense Patrícia Cunha vem à Festa Branca apenas há três edições. “Todos os meus amigos se juntam aqui e normalmente não há confusões”, faz notar. “As festas aqui são muito importantes porque costumamos vir para a praia, mas falta diversão à noite”, salienta.
Esta é uma opinião partilhada pelas inglesas Taylor James e Chloe Westcott, que alugaram um apartamento para passar seis dias de férias na Foz. “Esperávamos mais entretenimento”, exclamam, queixando-se que “nos outros dias não se passa nada e só existem os bares de praia”.
“A festa está boa e a música também, mas a tenda deveria ser maior”, diz-nos Taylor, enquanto Chloe realça que “Portugal tem sol e os portugueses são amigáveis”.
Já à saída falamos com José Carlos, também ele caldense, mas este veio pela primeira vez à Festa Branca. “Vim com a minha esposa e os meus filhos, a festa estava muito boa, a música também”, afirmou, fazendo notar que “o espaço deveria ser um pouco maior”.
A obidense Ana Silva, que há vários anos vive nas Caldas, vem à Festa Branca desde a primeira edição. “Está tudo óptimo, tudo a correr bem e há cada vez mais jovens, o que é óptimo”, contou, dizendo ainda que “é pena que seja só nestas alturas, porque no resto do ano não há nada, dantes havia a Green Hill, o Solar, o Inferno da Azenha, a Aguarela, o Ferro Velho e por aí fora”.
Quanto à Festa Branca, diz que “tem vindo a crescer e a melhorar” e que, portanto, “o espaço deveria ser maior”. A importância deste evento prende-se com o facto de “proporcionar o convívio entre várias faixas etárias, que é algo que faz falta”.
A Festa Branca foi organizada pela autarquia. Hugo Oliveira, vereador da Câmara das Caldas responsável pelos pelouros do Turismo e da Juventude (entre outros), fez notar que aproveitaram a estrutura do ano anterior para criar um “espaço maior” e que “a Festa Branca conheceu uma fase em que atraía menos gente, mas com o nosso investimento está novamente em crescendo”.
Este ano o recinto da festa teve pela primeira vez saídas de emergência.