A Feira das Velharias regressou no pasado domingo ao Parque D. Carlos I e reuniu mais de mil pessoas. As entradas e saídas são agora controladas e há desinfectante para as mãos de quem quer entrar no recinto. Há dois meses que a iniciativa não se realizava
Eram 8h30 da manhã do passado domingo, dia 14 de Junho, e já havia gente a querer entrar no Parque das Merendas para poder entrar na Feira das Velharias. Durante todo o dia, até às 16h00, passaram pelo evento mais de mil pessoas, disse Vítor Marques, presidente da União de Freguesias de Nossa Senhora do Pópulo, Coto e S. Gregório, a quem cabe a gestão dos espaços do Parque D. Carlos I. Aos vendedores que regressaram àquele espaço após dois meses de interregno foram oferecidas máscaras e viseiras e o público foi contabilizado, havia entradas e saídas controladas e álcool gel para desinfecção das mãos.
Ao todo vieram mais de uma centena de vendedores que retomaram os seus espaços de venda, após dois meses de interregno causados pelo novo coronavírus.
“Em breve iremos colocar sinaléctica nova no recinto”, disse o autarca, acrescentando que este retorno da Feira das Velharias talvez tenha contado com um pouco de menos gente “pois ainda há algum receio entre as pessoas que vêm habitualmente a este certame”.
O vendedor Júlio Carreira, que comercializa sobretudo livros há 24 anos, é um habituée das Velharias nas Caldas.
“Está um dia bonito, só notei que alguns melhores clientes, que vêm logo de manhã, ainda não vieram…”, contou o comerciante. O vendedor tinha uma expectativa elevada sobre esta realização e contou que entre os dias 20 de Abril e 10 de Maio “vendeu-se como nunca pela internet”. Depois, contou, quando se começou a falar em desconfinamento “as vendas on-line baixaram novamente”. O comerciante também já começou a fazer feiras em Lisboa. Começou pela feira do Livro que se realiza habitualmente no Jardim Constantino, na capital.
Para Júlio Ferreira, de Peniche, a Feira estava “a superar as expectativas”, disse o comprador de peças de prata, livros e peças de decoração que costuma fazer este tipo de eventos no Oeste. “Há muitos visitantes, mas as compras ainda não são muitas”, referiu o comerciante, que faz as feiras de Óbidos, Bombarral, Caldas da Rainha. “Acho que é mais saudável do que ir para um supermercado. Com as devidas precauções, acho que não há problema”, rematou.
Florbela Arrais é uma das vendedoras habituais desta iniciativa. Traz livros e algumas velharias e considera que há mais vendedores do que clientes. Mas preferia estar no local mais próximo dos campos de ténis. Na sua opinião a organização “foi muito simpática ao oferecer máscaras e viseiras”, disse a vendedora, que se “estreou” na Feira da Ladra após o desconfinamento. E na capital “ninguém ofereceu nada!”, declarou a comerciante, que participa na Feira das Velharias nas Caldas há vários anos.
Compradores com saudades
O comprador Tomás Martins, que estuda na ESAD, sentiu falta da realização da feira e comentou que acha positivo que haja gel desinfectante à entrada do certame e também disponível nalgumas bancas. “Para mim está tudo óptimo, não noto grande diferença, para além de termos que estar todos de máscara”, disse o jovem, que frequenta as Velharias há dois anos.
Rogério Guimarães é um dos clientes habituais da Feira. “Já estava a fazer falta… O dia está muito bom e convida a um passeio aqui no Parque”, disse o caldense, que gostava mais da localização anterior do certame, no Parque das Bicicletas.
Marta Batista e Joana Lopes costumam frequentar este evento e ambas entendem que está similar às anteriores com a diferença de que toda a gente estar a usar máscara e de algumas vendedoras que tinham também viseiras. As jovens, que costumam vir à procura de “coisas baratas” notaram que havia alguns espaços vazios entre os vendedores. E assumem que tinham saudades de vir a este evento no parque.
Reabertura pouco divulgada
“Penso que o regresso da feira não chegou a toda a gente. Creio que foi mal divulgada”, disse a cliente, Ana Guerreira, que é de Lisboa e que vem muitos fins de semana às Caldas, onde tem casa. “Está com um pouco de menos gente, mas vieram muitos vendedores”, comentou a cliente, que ficou satisfeita com as medidas de segurança que estão em vigor, quer na disposição do álcool gel, quer no controlo de entradas e saídas.
A iniciativa contou com a coordenação da equipa da ADIO e contou com medidas similares às que já foram implementadas na reabertura das feiras e mercados que já reabriram ao público nas Caldas.































