Na sexta-feira, dia 3 de Julho, e passados três anos, Cuca Roseta voltou a marcar presença no Centro Cultural e Congressos, num concerto onde cantou sobre o amor, a esperança, o mar e Lisboa. Aplaudida de pé pelos espectadores, a fadista interpretou temas do seu novo álbum, “Riû”, músicas dos dois discos anteriores e ainda o conhecido “Fado das Caldas”, música que pôs toda a plateia a cantar.
Acompanhada por Pedro Viana na guitarra portuguesa, André Ramos na guitarra clássica, Frederico Gato na viola-baixo e Miroca Paris na percussão, Cuca Roseta deu também espaço a que os quatro músicos tocassem a solo, sem a sua voz, proporcionando um momento cheio de ritmo e musicalidade.
Durante o espectáculo, sentiu-se a alegria da fadista, que cantou a maioria dos temas com um sorriso no rosto, contagiante para alguns elementos do público, como Filipa Figueiredo. “Estive o tempo todo a sorrir porque a Cuca também estava, ela transmite muita simpatia”, disse a espectadora à Gazeta das Caldas.
Na opinião de Cuca Roseta, “o fado está a mudar”, tornando-se “menos pesado e triste” com esta nova geração de artistas, da qual faz parte. A cantora de 33 anos contou que o público jovem está a aumentar no mundo do fado, e que inclusive tem “fãs de dez anos, miúdas que dizem identificar-se com a minha música”. Mariana Almeida, uma das jovens presentes na plateia, também canta fado e veio ao concerto porque admira a forma como a ”Cuca Roseta é original e diferente dos outros fadistas”, acrescentando que o espectáculo superou as suas expectativas.
A originalidade de Cuca Roseta é visível na sonoridade das suas músicas, mas também no modo descontraído como pisa o palco. Com a mão na anca, a fadista deu um pezinho de dança nos temas mais mexidos, fazendo rodopiar o vestido azul e rosa que levava. Isto porque, ao contrário das fadistas mais tradicionais, Cuca Roseta não veste preto, nem usa xaile. “Desde que comecei a cantar que não gosto de preto, faz-me sentir mais velha, por isso uso sempre vestidos muito alegres”, afirmou a artista, considerando que o importante é “a paixão com que se canta e as histórias que se contam nas declamações de poesia do fado”.
O concerto nas Caldas da Rainha integra a digressão de Cuca Roseta, que inclui na agenda mais 36 concertos. Para a fadista, que conhece bem as Caldas pela sua veia materna, “cantar aqui é completamente diferente, mais emocionante”, não só porque na primeira fila se encontravam amigos e familiares, mas também porque a passagem pela cidade não se fica apenas pelo concerto. “Vou dormir cá, fico até domingo, e aproveito para rever os amigos”, revelou a artista.
Relativamente às críticas que tem recebido ao novo álbum, Cuca Roseta revelou que “Riû” parece chegar a muitas pessoas, agradando-lhes de forma distinta, isto porque, “no primeiro ou segundo disco, havia sempre duas ou três músicas mais apreciadas, e neste CD tenho à volta de sete temas que têm sido os preferidos”, disse a fadista.
Maria Beatriz Raposo
mbraposo@gazetadascaldas.pt






























