
O secretário de Estado da Cultura, Elísio Summavielle, vai estar presente este domingo, 27 de Março, na cerimónia de reinauguração da Real Fábrica do Gelo, na Serra do Montejunto.
Após submetido a obras de conservação e valorização, o antigo complexo fabril voltará a estar aberto ao público com melhores condições para as visitas.
Classificada em finais de 1997 como monumento nacional, a RealFábrica do Gelo é considerado por especialistas internacionais como um caso único, não só pela originalidade das suas estruturas, mas também pelo seu estado de conservação.
As obras permitiram que agora os visitantes possam ter uma melhor percepção e fruição das estruturas que integram este complexo, de acordo com o projecto levado a cabo pelo município do Cadaval, com a colaboração do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico.
O projecto incidiu em intervenções de conservação e restauro das estruturas arqueológicas, criação de um centro de interpretação e sinalética, recuperação de percursos e envolvente e implementação de um plano de marketing.
Para além da execução de material promocional, foi elaborada uma monografia e criado o sítio www.realfabricadogelo.com.
A Câmara pretende transformar a Real Fábrica do Gelo num pólo dinamizador da serra de Montejunto, do concelho e da região.
A inauguração terá lugar às 15h00, seguindo-se a recriação histórica do funcionamento da Real Fábrica do Gelo, pelo Rancho Folclórico “Os Neveiros de Montejunto”, da Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro de Pragança. Também irá actuar o grupo de flautas da Banda Filarmónica 1.º de Dezembro de Pragança.
COMO ERA PRODUZIDO O GELO
A antiga fábrica é constituída por três grandes sectores funcionais: área de elevação e distribuição da água, os tanques de congelação e os silos de armazenamento de gelo e área de expedição.
Os estudiosos apontam o ano de 1741 como a data provável da sua edificação, suscitado pelo crescente consumo do gelo no século XVIII, não apenas na corte e no seio da nobreza, mas também nas camadas burguesas e populares.
O Montejunto seria a única serra, entre um conjunto de elevações próximas de Lisboa, que oferecia as condições climatéricas necessárias à congelação da água.
Após retirados dos poços de conservação, os blocos de gelo eram envolvidos em palha e serapilheira e transportados, até à base da serra, no dorso de burros. O gelo seguia depois viagem, no interior de carros de bois, até à Vala do Carregado, onde prosseguia, através do rio Tejo, a bordo dos “barcos da neve”. Chegados a Lisboa, abasteciam desde a corte até aos cafés alfacinhas.
A produção de gelo na serra de Montejunto terá cessado no final do século XIX, de acordo com o testemunho dos mais idosos da aldeia de Pragança.






























