Está patente até ao dia 4 de Julho, na Capela de S. Sebastião, uma exposição de cerâmica de Vítor Mota dedicada a Santo. António. O autor trabalha em grés e apresenta nesta exposição perto de meia centena de peças dedicadas àquele santo, cujo dia se celebra no próximo domingo, 13 de Junho.
“Gosto, tenho devoção a este santo e tenho a certeza que a maioria das pessoas não o conhece bem”. Palavras de Vítor Mota, ceramista, autor das obras da exposição que abriu portas no sábado, 5 de Junho.
Este ceramista formou-se em 1987 no Cencal e trabalhou em várias fábricas na zona da Batalha e de Aljubarrota. “Este é um santo do tempo da nacionalidade e para mim é um dos maiores homens da História de Portugal que está a par com D. Afonso Henriques”, disse o autor, que trabalhou com Herculano Elias e Euclides Rebelo, e também com Xohan Viquera na produção das esculturas baseadas nas figuras de Bordalo Pinheiro.
Após ter tido oficinas de trabalho na Serra dos Mangues e no Valado de Sta. Quitéria, Vítor Mota vive e trabalha no Coto. Considera que a situação da cerâmica industrial “está complicada”, mas vê uma oportunidade na cerâmica criativa. “Há uma meia dúzia de pessoas nesta região que tem capacidade e qualidade para ir longe”, comentou o autor, antes de fazer uma visita guiada pela sua mostra, onde Sto. António é retratado em várias situações. Com o Menino, a pregar, rodeado de livros ou a pregar aos peixes.
No final da mostra encontram-se as peças de grande formato, onde o artista trabalha também o ferro que une à cerâmica. As peças de Vítor Mota encontram-se à venda e custam entre os 80 e os 1250 euros.
Presente na inauguração esteve o padre Eduardo Gonçalves, que falou sobre a vida e obra de Sto. António. “Foi um homem pregador e de saber muito acima do seu tempo, mas que infelizmente em Portugal é sobretudo apenas conhecido como o santo casamenteiro”, disse o capelão do Centro Hospitalar, recordando que este santo viveu entre 1195 e 1231, e que nasceu em Lisboa, mas faleceu em Pádua.
“Foi em Itália que ganhou um grande nome e projecção e isto deveu-se à profunda fé e aos conhecimentos que adquiriu em Lisboa e em Santa Cruz e que depois aperfeiçoou nos grandes centros de teologia em Itália”, disse Eduardo Gonçalves, acrescentando que Sto. António, a par com S. Francisco e S. João Baptista, é dos santos mais retratados ao longo da História.
Esta mostra, organizada pelo Museu do Hospital e das Caldas, vai estar patente até ao dia 4 de Julho.






























