Os quatro organizadores Pieter, Lilian, Jeanette e Dirk

O holandês Dirk Van Eck veio viver para uma aldeia do concelho das Caldas há oito anos. Este antigo controlador de tráfego aéreo criou uma associação para promover o jazz na região.

Dirk Van Eck é um holandês que escolheu o concelho das Caldas para gozar a reforma. Este antigo controlador de tráfego aéreo, cargo que exerceu durante 40 anos em Amesterdão, veio há oito anos viver para os Mosteiros, uma aldeia da freguesia dos Vidais.
“Queria fazer coisas e como sou músico amador decidi criar estes encontros de jazz com dois objectivos: um, cultural, de ter um palco para os artistas de jazz e outro, social, para unir os estrangeiros que vivem na região com os locais”, contou à Gazeta das Caldas. Os encontros realizam-se uma vez por mês, numa tarde de domingo e transformam o Hotel Sana (se estiver bom tempo, na esplanada) numa sala de espectáculos com música ao vivo. Inicialmente os artistas eram da região, mas rapidamente a organização começou a ser contactada por músicos lisboetas que tinham ouvido falar desta iniciativa. Oito anos e centenas de encontros depois, já passaram por estes convívios artistas de todo o país e também alguns internacionais.
Na tarde do último domingo, por exemplo, actuavam os BR Duo, um dueto brasileiro, para mais de meia centena de espectadores. O ambiente informal e as entradas livres são dois atractivos que se juntam à música. A organização definiu um limite de gastos para cada evento. Em cada tarde de música podem investir até 300 euros (sendo os únicos gastos com os próprios músicos). Para ter fundos para a organizção a associação sem fins lucrativos tem duas formas de financiamento: os patrocínios e as quotas que são pagas por quem quer ser sócio da colectividade (15 euros por ano que dão acesso a descontos nos parceiros). “Actualmente temos cerca de 100 sócios sendo mais ou menos metade portugueses e metade estrangeiros”, contou. A audiência costuma rondar as 80 pessoas, sendo a maioria acima dos 50 anos. “Como os músicos têm sido cada vez mais malta nova, com música mais activa, a audiência também está a tornar-se mais jovem”, notou. Sempre que é contactada por artistas plásticos, a organização aproveita os concertos para mostrar exposições de arte, combinando a música por exemplo com a pintura ou a escultura. O programa está fechado até Dezembro. A próxima sessão é a 15 de Março, com Danel Neto Quinteto. Na organização trabalham apenas quatro pessoas. Dirk conta com o apoio da esposa, Lilian e, de há um ano e meio para cá, também de um casal amigo: Pieter e Jeanette Van Lierop, que vivem no Arelho. “Já nos conhecíamos todos porque jogámos voleibol juntos quando éramos miúdos”, conta Jeanette, que trabalha na área de recursos humanos (enquanto Pieter é fotógrafo).

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