Entre os dias 3 e 5 de Agosto, o Céu de Vidro acolheu uma exposição de cerâmica que integrou obras de um grupo de formandos estrangeiros que aprendeu a trabalhar o barro no Atelier Linhas da Terra. Uma dezena de autores mostrou como tem evoluído e de como a cerâmica pode ter um lado relacionado com o lazer.

Têm idades entre os 40 e os 80 anos e escolheram viver na região Oeste. São brasileiros, americanos, holandeses, ingleses, belgas e russos e têm em comum o gosto pela cerâmica. E por isso aprendem a realizar peças e a concretizar os seus projectos com o ceramista Victor Mota, responsável pelo Atelier Linhas da Terra.
Em relação ao ano anterior, o formador nota uma grande evolução no trabalho do grupo. “Temos pessoas para quem a modelação não estava a resultar e que rapidamente passaram para a pintura de azulejo com óptimos resultados”, contou o ceramista sobre as obras que agora vão decorar as casas dos estrangeiros.
O grupo acolheu bem uma nova formanda do sul do Brasil, que já tinha experiência em cerâmica. Entre os formandos há elementos que durante o ano se dividem entre os países de origem e o Oeste e a larga maioria já frequenta o Linhas da Terra há alguns anos. “E nota-se, de ano para ano, maior qualidade nos trabalhos”, disse Victor Mota, acrescentando que isso significa que os formandos estão a assimilar as técnicas e a usá-las nas suas peças.
Cada aprendiz de cerâmica traz o seu projecto “e nós ajudamos apenas a concretizá-lo no barro”, disse o ceramista.
Na sessão de inauguração foi feita uma singela homenagem a Thomas Hanson, um formando britânico que faleceu recentemente. “Era uma pessoa muito alegre que fará falta ao grupo”, referiu Victor Mota enquanto apresentava ao público duas obras que o inglês fez no atelier: um touro e uma réplica do Big Ben.
O presidente da União de Freguesias de N. Sra. Pópulo Coto e S. Gregório, Vítor Marques referiu-se com agrado a esta exposição que é anualmente feita no Céu de Vidro e que terá sido apresentada pela última vez naquele espaço. O autarca prevê que em Agosto de 2019 já haja obras para a construção do hotel que vai ocupar o que anteriormente foi o Casino do Parque e, mais tarde, Casa da Cultura.
De qualquer forma garantiu que Victor Mota e os seus alunos poderão contar com um outro espaço condigno para continuarem a mostrar o que é feito ao longo de próximo ano no Linhas da Terra. O atelier, celebrou quatro anos no domingo, 5 de Agosto, último dia desta exposição de autores de sete nacionalidades.
Um boletim dedicado à Cerâmica
Foi lançado, a 2 de Agosto, também no Céu de Vidro, o nº 11 do Boletim Informativo da União de Freguesias de N. Sra. do Pópulo, Coto e S. Gregório. Esta publicação anual, e de distribuição gratuita, tem este ano o tema “Na rota da Cerâmica” e inclui as respostas de ceramistas e responsáveis por unidades industriais relacionadas com o papel da cerâmica nas Caldas. Victor Mota, Carlos Enxuto, Carlos Oliveira, Pedro Braz e Tiago Mendes dão a conhecer o peso que acham que a cerâmica tem na economia local e onde e porquê se deve fazer a Feira da Cerâmica.
A revista recolheu também as opiniões dos responsáveis dos vários partidos políticos, com assento na respectiva Assembleia de Freguesia, sobre esta temática.
“A cerâmica vai-se rejuvenescendo e vai mantendo a sua importância nas Caldas na sua vertente artística”, disse Vítor Marques, explicando que também no parque, nos armazéns da Parada, vão nascer seis ateliers cerâmicos. Do projecto faz parte a recuperação das estufas anexas e haverá uma loja onde se vão vender os produtos das estufas e também as peças de cerâmica de autor que ali se produzir. “Os futuros ateliers vão albergar projectos de cerâmica e de cutelaria”, disse Vítor Marques acrescentando que para a zona da antiga Orbitur já foi aprovado o estudo prévio para a criação do já anunciado Parque de Esculturas.
“Gostaríamos de para o ano começar a fazer obra”, disse o autarca explicando que em relação ao Parque de Esculturas terão um custo acima dos 200 mil euros, enquanto que para a construção dos ateliers dos artistas na Parada está previsto um orçamento de 300 mil euros. Os custos serão tripartidos entre a Câmara, Junta e Centro de Educação Especial, que faz a manutenção do espaço.































