Todas as palavras são menos belas e vivas do que as de Hermínio de Oliveira. Neste dia da partida, portanto, apenas importa escrever sobre o essencial do que nos foi comum – o princípio de que o nosso pensamento não está à venda. Mesmo, digo eu, que se opte por diferentes meios, legítimos e escrutinados. E dos já longínquos anos 80 ficaram, também, as radiofónicas “Memórias das Caldas”, que realizámos os dois e onde levámos temas e convidados diversos. Em cada manhã, as conversas foram como cerejas, e nós, todos, os grãos de uma romã.
Jorge Mangorrinha
Ninguém sabia tanto da história popular caldense
Perdeu as Caldas um cidadão sem paralelo: na multiplicidade dos saberes e na verticalidade do seu ser.
Já tinha principiado a fenecer, quando, há alguns anos, fechou a porta da sua livrariazinha “Camões” – na rua homónima, frente ao Parque. Lá, o Hermínio vendia livros e artigos antigos, encadernava… mas, sobretudo, vendia saber e contava histórias.
Ninguém sabia tanto da história popular caldense.
A ele se socorriam, pedindo informações, jovens e menos jovens. Pessoas de todos os credos e tendências políticas. Para todos, o Hermínio era um Amigo ali à mão.
Mas, como tudo tem seu fim…
Adeus Hermínio – Meu grande amigo e camarada … meu Mestre!
Que a terra te seja leve.
Descansa em Paz.
Mário Tavares






























