Projeto está a renovar as Lojas do Parque, através da cultura. As antigas lojas fechadas estão a ser transformadas em galerias e a acolher apresentações de livros, de cinema e de teatro
O centro comercial situado em frente ao Parque D. Carlos I, conhecido como Lojas do Parque, está a ganhar nova… vida, após terem fechado vários espaços comerciais. Isto porque a antiga loja de animais dá agora lugar ao espaço Zoo e dedica-se à realização de atividades culturais.
Guilherme Silva e Catarina Fragueiro, ambos formados na ESAD, são responsáveis por este coletivo, que conta com o apoio da associação cultural Pogo, fundada em 1993, sediada em Lisboa e que tem apadrinhado projetos culturais nas Caldas.
A loja deu lugar a uma galeria que é multifuncional e “pode ser transformada em espaço para os mais variados tipos de apresentação”, explicou Guilherme Silva, 28 anos, natural do Porto, que vive nas Caldas há uma década quando veio estudar Design Industrial.
Estagiou em Xangai e retornou às Caldas para frequentar o mestrado na ESAD em Artes Plásticas. Atualmente trabalha num espaço de estatuária em bronze, situado em Alvorninha e que pertence a Renato Franco.
“Temos apoio do Ministério da Cultura para programar até março de 22”
Guilherme Silva
“A cultura dá nova vida aos antigos centros comerciais da cidade”
Catarina Fragueiro
Catarina Fragueiro, 27 anos, é da Terceira e vive nas Caldas desde 2014. Formou-se em Artes Plásticas e também trabalha na fundição de Alvorninha, assim como para os Origami Produções, Cenografia e Audiovisuais. Ambos possuem oficina de trabalho num armazém no centro das Caldas.
O Espaço Zoo conta com apoio do Ministério da Cultura, que “garante o arrendamento dos espaços e a programação das atividades”, explicam os responsáveis, que têm planeadas seis exposições, uma apresentação de livro e de uma peça de teatro naquele espaço até março de 2022.
O Zoo começou as obras de renovação do espaço no início de 2021 e, em junho, realizou-se a primeira exposição de João Gastão. Patente está a segunda mostra de Catarina Fragueiro que já conta com o apoio do Ministério da Cultura, na qual a artista explora questões onde relaciona a sua pintura que foi filmada e é apresentada em dois ecrãs e as obras são apresentadas em 3D e podem ser vistas com recurso a óculos apropriados.

“A nossa primeira ideia foi a de aproveitar as montras das lojas para expor trabalhos”, disse Catarina Fragueiro, acrescentando que já são duas as antigas lojas, reaproveitadas para a cultura. Guilherme Silva é o responsável pelo desenho dos espaços expositivos que permitem diferentes apresentações.
“Também usamos os espaços comuns, interiores e exteriores e pensámos os espaços para os artistas como também para os espetadores”, disseram os responsáveis, que apostam forte na presença de plantas, que estabelecem também uma interligação com o Parque D. Carlos I, situado mesmo em frente.
Na visão de Catarina Fragueiro, os antigos centros comerciais da cidade podem ser renovados com galerias, cinema, oficinas de trabalho e até pequenas bibliotecas. E é algo similar que gostariam de fazer com o espaço do alfarrabista Hermínio de Oliveira nas lojas do Parque.

“Gostaríamos de abrir na sua loja uma casa-museu com os seus livros”, afirmam à Gazeta os dois jovens, sempre prontos a lançar novas propostas culturais para os espaços das antigas lojas, agora fechadas, como para os espaços comuns como os halls e os pátios interiores que foram renovados por eles. As atividades do Zoo contam com o acordo dos restantes lojistas. ■






























