
Thierry Ferreira, o artista plástico nascido em Paris (França) e que há alguns anos tem o seu ateliê em Évora de Alcobaça, foi distinguido num festival internacional chinês. A escultura “Artificial Dreams”, ainda em maqueta, conquistou o segundo lugar na primeira edição do Festival Internacional da Escultura da Cidade de Jingpo – Mudanjiang 2011.
Depois da escolha do júri, entre todas as maquetas a concurso cabe ao público pronunciar-se sobre as cerca de 20 obras premiadas. As que cativarem mais pessoas serão produzidas em grandes dimensões e colocadas no espaço público daquela cidade chinesa.
À Gazeta das Caldas, Thierry Ferreira diz que esta distinção é “um ponto à frente” na sua carreira. O artista plástico soube deste festival através de contactos com outros artistas estrangeiros. “Acabei por concorrer à última hora”, conta.
“Artificial Dreams”, a obra que apresentou a concurso, está projectada para ter três metros de altura e nela se sobrepõem “dois tipos de corpos bem distintos, quer nas suas texturas quer nas suas formas”. Um deles é geométrico e polido, “remetendo para a arquitectura e racionalidade” e o outro é “mais orgânico, remetendo para formas e texturas naturais”, explica.
Para Thierry Ferreira, esta escultura “representa o sonho do ser humano em chegar cada vez mais longe, construindo cada vez mais alto, muitas vezes sem respeitar o meio ambiente e a sua própria natureza”. Um contexto em que a Natureza, autêntica e generosa, acaba por ser destruída para satisfazer os sonhos tantas vezes inatingíveis do homem que luta contra a sua efemeridade.
“Somos naturalmente mortais e somos obrigados a confrontar com essa condição, em que os nossos medos levam-nos a construir sobre o que é natural, aniquilando-o, numa busca vã pela imortalidade, pelo artifício”, explica.

Por isso, Thierry Ferreira pretende que esta obra seja “uma espécie de marco para uma mudança de paradigma, para um futuro onde o ser humano, mantendo-se em contacto com a sua natureza sonhadora, consiga construir-se em harmonia com a natureza”. O primeiro passo está dado, com a obtenção do primeiro prémio internacional da sua carreira, que o artista considera “muito importante porque afirma o caminho que escolhi”.
Agora é preciso que o público chinês também se deixe cativar pela proposta do escultor radicado em Alcobaça desde 1997. Caso isso aconteça, Thierry Ferreira teria que viajar para a China, algo que acredita que seria “muito importante” para a afirmação da sua carreira. Além da escultura, Thierry Ferreira desenvolve ainda um trabalho “mais conceptual”, onde aborda também o vídeo e a fotografia.
Desde que se formou em Artes Plásticas, na Escola Superior de Arte e Design das Caldas da Rainha, tem sido presença assídua em diversas exposições e festivais. No seu currículo encontram-se prémios obtidos em Ansião (2009) e Amadora (2005), e menções honrosas no Prémio Baviera, em Vila Nova de Cerveira (2004), e no prémio de Pintura e escultura D. Fernando II (2003). Thierry Ferreira é ainda responsável pela organização de diversos workshops.
Joana Fialho
jfialho@gazetadascaldas.pt






























