ESAD.CR representada em iniciativa no Porto

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A exposição, comissariada pelo ceramista e docente caldense, estará patente até ao final do mês de novembro. Segundo Vítor Reis há, nas peças presentes inovação e experimentação

Docente e ceramista caldense é curador de uma mostra, patente no Museu Soares dos Reis. Técnica da oficina integrou júri que selecionou as obras

“Afinidades” assim se designa a exposição com curadoria do docente ESAD.CR Vítor Reis, que abriu portas ao público a 26 de julho, no Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto.
O docente da licenciatura em Design de Produto – Cerâmica e Vidro foi o responsável pela seleção das 39 peças patentes nesta mostra que poderá ser vista naquele espaço museológico da Invicta até ao final do ano.

Vítor Reis ainda convidou, para integrar o júri deste projeto, a técnica da Oficina de Cerâmica e Vidro da ESAD.CR, Rita Frutuoso.

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A mostra é o resultado de um projeto promovido pela associação Quarteirão Criativo, em parceria com o museu que acolhe a exposição até novembro. Vítor Reis explicou à Gazeta das Caldas que gostou do desafio, que aceitou prontamente já que envolvia alguma experimentação na área da cerâmica. Também lhe interessou fazer parte deste evento que tem como finalidade dinamizar a área criativa do Porto e que aposta na criação de sinergias entre artistas locais e o Museu Nacional Soares dos Reis.
Foi a primeira vez que este autor, que é artista plástico e ceramista, foi convidado para ser curador, experiência que apreciou pois “concorreram à iniciativa propostas inovadoras, experimentais e interdisciplinares”.
A iniciativa pedia aos artistas que são habitualmente representados pelas lojas e galerias que existem na zona do Quarteirão Bombarda para que concorressem com trabalhos em cerâmica de 50 cm por 50 cm, e que de alguma forma estivessem ligadas à pintura setecentista e oitocentista que integra o acervo do museu. Houve inclusivamente propostas artísticas de autores que não têm “ligação prévia ao mundo da cerâmica”, contou o docente .
“Foi uma ótima experiência sobretudo porque quer criar sinergias e pontes entre o museu, a comunidade local, as lojas e galerias que funcionam na zona da Miguel Bombarda”, referiu Vítor Reis.

Contou também que já houve uma iniciativa prévia, mais dedicada à joalharia, e que tal como esta ligada à cerâmica e a alguma escultura, foi muito bem sucedida. Ao todo haverá um ciclo de cinco edições, com temáticas anuais, que vão integrar exposições, workshops e conversas que vão unindo a comunidade criativa do quarteirão Bombarda à história e ao acervo do Museu Nacional Soares dos Reis.

“Encontrei gente de mente aberta com vontade de estabelecer novas ligações”, referiu o autor que deu uma ajuda na organização, no regulamento, bem como na fase de seleção e de montagem dos trabalhos. Na sua opinião, esta iniciativa teve características territoriais pois destinava-se a autores com ligações ao Porto.
Segundo o curador esta mostra conta com a participação de alunos e de antigos estudantes da ESAD.CR que também quiseram fazer parte destas “Afinidades” até porque são daquela região do país. Rita Frutuoso também gostou do desafio de participar na seleção das peças para esta mostra.

Visitantes votam nas peças favoritas
“Achei que foi tudo bastante inclusivo”, disse a ceramista que ainda contou que na inauguração da mostra no museu do Porto, os visitantes, eram convidados a votar nas peças que tinham gostado mais.

A também autora, natural de Porto de Mós, está no momento a realizar uma residência artística nas oficinas do Convento, em Montemor – o -Novo, trabalhando na Oficina da Cerâmica e da Terra daquele espaço. Rita Frutuoso está fazer o seu doutoramento nas Belas Artes de Lisboa na área do Design de Comunicação.
Depois de, no seu mestrado em Design do Produto na escola de artes caldense, ter investigado as semelhanças entre o mundo da culinária e o da cerâmica, tendo até executado peças em chocolate na roda de oleiro, volta a estudar as intersecções entre as áreas, seguindo receitas de Maria de Lurdes Modesto e as ligações técnicas entre o mundo da comida e da execução cerâmica.

“Afinidades” está patente até 29 de novembro, dia em que será conhecida a melhor proposta de cerâmica. Além da parceria com a Associação Quarteirão Criativo, a mostra contou com mecenato do Super Bock Group e apoio do Círculo Dr. José de Figueiredo – Amigos daquele museu.

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