ESAD abre as portas à comunidade e transforma-se numa enorme galeria

As celebrações dos 30 anos da ESAD foram assinaladas por toda a comunidade escolar, que se mobilizou para esta comemoração

Dia 25 de maio de 2022. A semana de celebração dos 30 anos da ESAD já ia a meio e por toda a escola havia centenas de jovens a apresentar os trabalhos. Alguns no espaço exterior participavam na iniciativa das cozinhas efémeras, que é desenvolvida por alunos do 2º ano do curso de Design de Ambientes e serviam bebidas e aperitivos a quem quisesse. De resto, este curso mudou de nome, designa-se agora Design de Espaços, ficando assim mais consonante com o trabalho que é desenvolvido.
Os auditórios e as salas de aula deram lugar a vários tipos de espaços expositivos e alguns estudantes estavam juntos aos seus trabalhos, explicando aos visitantes quais foram as suas ideias para as propostas artísticas. O hall de entrada da escola acolheu uma Feira de Autor e, por todo o lado, sentia-se o ambiente festivo relativo à celebração dos 30 anos da ESAD, data que esteve prevista ser assinalada em 2020, e que teve que ser adiada por causa da pandemia.
“Era mesmo necessário abrir a escola, após esta paragem forçada de dois anos, muito cansativos para todos”, disse o diretor João Santos, integrado na comitiva que deu a volta a todos os espaços de exposição e que integrou vários elementos do IPL, dos municípios, entre outros interessados em conhecer a dinâmica da própria escola.
As grandes exposições de alunos finalistas têm decorrido, nos últimos anos, fora da escola, no Centro de Artes das Caldas ou na Galeria NovaOgiva em Óbidos. Agora retomou-se o espaço da escola, “num trabalho que foi duro, mas muito gratificante pois toda a gente esteve envolvida”, destacou o docente, frisando, ainda, que se retomaram as festas na ESAD.
Durante a tarde foi também inaugurado o Cubículo, um espaço suspenso colocado no edifício principal e que é da autoria do designer Fernando Brízio. O também docente da ESAD foi desafiado pelo curso de Programação e Produção Cultural (PPC) a criar um espaço de exposição, multiusos e que desse para apresentações dos alunos. Trata-se, pois, de uma peça de arquitetura efémera sem um único elemento de fixação ao edifício que já foi distinguido com o Prémio Secil em 1998.
Segundo Carla Cardoso e Lígia Afonso, docentes do curso de PPC este trabalho do Cubículo também foi feito no âmbito da Cátedra Unesco, na área da Gestão das Artes. Afonso Soeiro, foi um dos alunos de PPC que trabalhou para a realização e curadoria desta grande mostra que transformou a ESAD numa gigantesca galeria.
“Foi um trabalho árduo, mas mesmo com pouco tempo conseguimos grandes feitos devido uma grande equipa de apoio”, referiu o jovem, natural de Ferreira de Zêzere e que trabalhou com elementos das várias turmas para que nada falhasse.
Ao todo participaram pelos menos 330 alunos, uns com trabalhos finais, outros com propostas ainda em processo, num exercício global que permite dar a conhecer o que se faz aqui na escola.
Tatiana Lucena, de Cascais, trabalhou pela primeira vez na organização de uma exposição desta dimensão. “A nossa turma uniu-se muito para realizar este evento”, disse a jovem, de 20 anos, que quer seguir profissionalmente na área da Programação Cultural.
Afonso Calixto, finalista de Design Gráfico, foi um dos autores dos materiais gráficos da Semana dos 30 Anos. Trabalhou com Afonso Prata, aluno da mesma turma, neste projeto. “Foi-nos pedido algo que representasse a escola, algo arrojado e desconstrutivo”, disse o jovem, que gostou de ter trabalhado para a Semana dos 30 Anos pois “houve pessoas que adoraram e outras que detestaram”. O estudante, que apreciou ter-se posto à prova, comentou que esta foi também uma oportunidade de poder trabalhar para tanta gente. “Foi ótimo!”, rematou.

Criaram-se cozinhas efémeras
Camila Antunes, Sofia Henriques e Carolina Castanheira têm idades entre os 19 e os 22 anos. São alunas de Design de Ambientes e participaram no evento das cozinhas efémeras. “A nossa banca é dedicada ao limão e desenvolvemos receitas com ele”, explicaram as jovens, que tiveram de construir a sua própria banca e para tal usaram placas de esferovite, madeira e cartão canelado, tendo construído módulos com encaixes.
“Tivémos apenas uma semana para construir tudo isto. É um orgulho termos conseguido”, disseram as jovens que estabeleceram uma parceria com alunos de design gráfico que lhes decoraram as t-shirts, os copos e as embalagens, tudo com o ingrediente base, o limão.
“Fizémos limonada e brigadeiros de limão, envolvidos em bolacha Maria”, remataram as três jovens, felizes por terem vivido esta experiência, cujo foco principal está na construção das cozinha efémeras. Quanto aos 30 anos da ESAD, estão longe de ser efémeros. ■