Eneida Tavares fez uma exposição sobre a sua origem étnica

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A designer junto a alguns trabalhos que fazem parte da exposição Ex-Óptico

Esteve patente nos Silos, entre os dias 28 e 31 de Março, a exposição “Ex-Óptico” da designer Eneida Tavares. Para este trabalho a autora usou como base um catálogo de etnografia africana que resgatou do sótão dos seus pais e que acabou por ser “o gatilho para tudo o resto”. O catálogo fez parte da primeira exposição colonial portuguesa, realizada em 1934, e dedica-se inteiramente aos penteados que são usados por tribos do nordeste angolano. A artista quis ainda trazer este tema à actualidade e por isso mostrou um vídeo, que data de Agosto passado, onde se revela que há escola em Cabinda que, dois dias por semana, “proíbe os alunos de usar perucas, cabelo postiços ou tissagens”. Ou seja, obriga a que os estudantes levem o seu cabelo ao natural e que usem trajes tipicamente africanos.
Para a autora, esta atitude “choca com a própria liberdade individual a favor de uma tradição e de uma identidade”.
Da mostra ainda fizeram parte vários pentes de madeira (alguns herdados da sua mãe) e um pacote de cabelo artificial, objectos que fazem parte do seu dia a dia. Eneida Tavares é uma das designers que tem atelier nos Silos e cujas obras são apresentadas em exposições em todo o mundo.

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