André Serrenho vai lançar, na próxima segunda-feira, o seu primeiro livro de crónicas

André Serrenho vive na Polónia e nos tempos livres começou a dedicar-se à escrita.
O autor escreve crónicas num blogue – sobre o quotidiano e as grandes questões da vida – e decidiu reuni-las em livro. O livro “Do berço ao caixão” vai ser apresentado, no próximo dia 24 de Agosto, no Manjar de Tornada, naquela localidade das Caldas

André Serrenho vive em Varsóvia e gosta de escrever no seu tempo livre. Fá-lo habitualmente no seu blogue “Mente Crónica” que dinamiza há mais de seis anos.
O livro de estreia deste caldense é uma compilação de crónicas escritas “propositadamente para o efeito” e outras “que se foram reciclando com o passar do tempo”, contou a autor, de 29 anos, que escreve recorrendo por vezes ao sarcasmo e outras à ironia.
Expressa nos seus textos as suas visões “sobre o quotidiano e a vida no geral, desde meras observações dos pequenos detalhes às grandes questões imortais e intemporais da humanidade”.
O autor cresceu nas Caldas e só se mudou para a capital quando ingressou no curso de Geografia e Planeamento Regional na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
Acabada a licenciatura, que o tornou apto a conhecer as capitais de todos os países, como ironiza no seu blogue Mentes Crónicas, decidiu partir para o estrangeiro.
Assim, ingressou na companhia de aviação low-cost Ryanair onde foi tripulante de cabine, durante dois anos, a partir do aeroporto de Londres Stansted, no Reino Unido.
“Chegado a um momento em que já estava cansado, tanto do trabalho como do local onde residia, decidi voltar a fazer as malas e partir para outro país”, contou o autor à Gazeta das Caldas. E decidiu ir para a Polónia, onde vive e trabalha há cerca de três anos.

Memórias de infância

André Serrenho viveu nas Caldas até aos 19 anos e, depois de ir estudar, vinha “a casa” em visitas ocasionais aos fins de semana e nas férias.
No entanto, a grande maioria das suas memórias “tiveram palco nas Caldas e redondezas”, contou o emigrante explicando que, ultimamente, têm-lhe vindo à memória os Verões que enquanto miúdo passava na Foz do Arelho.
É impossível esquecer “todo aquele nevoeiro e frio característicos daquela praia e que mesmo assim nunca me repeliram de ir. Tinha a expectativa optimista de que o tempo ainda iria abrir passadas umas horas, mesmo quando não abria durante dias”, acrescentou.
André Serrenho contou também que o gosto pela escrita começou “por ser um mero passatempo na minha vida”. Ou pelo menos era assim que ele pensava pois na verdade, sempre foi mais do que isso.
“Chamar-lhe escape poderá ser algo excessivo mas não andará longe disso”, afirmou o autor que actualmente diz que precisa de escrever com regularidade. “Mesmo que seja só para mim”. nota.
A ideia do livro surgiu como um desafio “depois de um cansaço instaurado pela necessidade de me vergar perante as leis das redes sociais onde tudo é tão precário, irrelevante e facilmente esquecido”, afirmou o caldense, que queria fazer alguma coisa que durasse mais do que “uma simples partilha de Facebook”.
À Gazeta das Caldas, o autor explica que escreve “sobre tudo e sobre nada” e que nos últimos tempos tem procurado melhorar o seu estilo de escrita pelas palavras em si, e não por aquilo que é abordado.

Saudades são tramadas

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“Quero escrever sobre tudo o que me vá na alma e tenho o objectivo (que desde já posso revelar) de escrever um romance (um sonho distante pois ainda não me sinto preparado para tal)”, referiu o jovem, que tem Dostoievski como um dos seus autores favoritos.
No que diz respeito às crónicas, diz-se influenciado por Miguel Esteves Cardoso.
“É o meu cronista preferido e creio que este meu primeiro livro é uma consequência directa de tanto o ler”, acrescentou.
Para André Serrenho, viver no estrangeiro “só é difícil pela distância a que estou dos meus”.
Na sua opinião, as saudades “são tramadas, não só das pessoas mas dos cheiros e cores, sabores e sons”.
Ainda em relação às Caldas da Rainha, onde André Serrenho não se imaginava a viver na vida adulta, “cada vez mais me deixo seduzir por essa possibilidade”. Nutre cada vez mais carinho pela sua terra natal, sobretudo devido à sua proximidade da Foz do Arelho, que diz que é o seu sítio “preferido de todo este mundo”.
Apesar de tudo, o autor considera que as Caldas continua a ser o seu berço.
É na localidade termal que André Serrenho tem a sua família e onde passa a grande maioria das férias e do seu tempo livre.
O autor ainda explicou que “Do berço ao caixão”, a sua obra de estreia “foi um desafio que me auto-impus que, para o bem ou para o mal, consegui concretizar e estou satisfeito por isso”.
O livro que reúne as crónicas de André Serrenho está a ser comercializado pela Amazon, em versão impressa e também para Kindle.

a, naquela localidade das Caldas

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