Diogo Silva chamado para projeto internacional de relevo

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Jovem músico caldense, de apenas 18 anos, toca fagote e foi selecionado para integrar a Orquestra de Jovens Músicos do Mediterrâneo

Foi com apenas 4 anos que Diogo Silva começou a aprender música. Hoje, aos 18 anos, vai integrar a Orquestra de Jovens Músicos do Mediterrâneo que vai estagiar e atuar em três cidades francesas, durante este mês de julho.
Os primeiros passos do jovem músico foram dados no Conservatório das Caldas, onde, ainda criança , iniciou a aprendizagem da flauta de bisel. E com uma história de superação: Diogo Silva nasceu prematuro e tem uma particularidade: é quase 100% surdo do ouvido esquerdo e como tal, os seus pais colocaram-no na aulas de música com o objetivo de o ajudar a desenvolver o ouvido que ouvia bem e ver se seria possível ativar alguma parte auditiva do ouvido esquerdo, que era praticamente nula.
Além de ter conseguido este objetivo, o caldense foi muito mais além, pois quer ser músico e já é selecionado para projetos internacionais.
Com 8 anos passou a aprender fagote, que se ensinava na sala ao lado da sua no Conservatório da cidade. Interessou-se por aquele instrumento musical da família dos sopros e, a partir daí, ganhou “paixão por este instrumento”.
Fez o ensino articulado no Conservatório das Caldas e, depois, transitou para o Conservatório de Artes de Canto Firme, onde concluiu o Curso Profissional de Música do Agrupamento de Escolas Templários – Tomar e do Conservatório de Artes Canto Firme. Fez parte da classe de Fagote do professor Tiago Rosa e também foi coralista do Coro Misto Canto Firme de Tomar. Hoje, é estudante do 1º ano da licenciatura na Classe de Fagote do docente Carolino Carreira na Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco.
No início deste ano, o caldense fez provas para integrar a Orquestra de jovens músicos do Mediterrâneo em Lisboa com sucesso, dado que foi selecionado para integrar a formação.
Os ensaios desta orquestra constituída por músicos de vários países europeus vão decorrer entre os dias 6 a 20 de julho em França. Está prevista a atuação da Orquestra do Mediterrâneo nos dias 19, 20 e 21 de julho em três localidades francesas: Aix-en-Provence, Marselha e Montpellier.
“Creio que sou o único músico da região, mas tenho vários colegas músicos que integram o projeto de Lisboa e do Porto”, disse Diogo Silva. Serão 15 os participantes portugueses num total de 96 músicos que integram este projeto internacional.
“Estou satisfeito por ter sido selecionado para esta orquestra. É muito bom para este meu início de percurso”, revelou à Gazeta Diogo Silva, que pretende continuar os seus estudos musicais no norte da Alemanha, país onde vai tentar realizar Erasmus e, posteriormente, até realizar o mestrado, pois quer apostar nos seus estudos académicos musicais.
Quando era ainda criança, Diogo Silva chegou a casa e disse aos pais que queria aprender a tocar “num saxofone de madeira”. Assim se referiu ao fagote, instrumento de sopro que conheceu no Conservatório das Caldas e que acabou por ser o seu instrumento de escolha até à atualidade. Este instrumento mede 2,5 metros e exige um grande controlo. O fagote produz som que facilmente se adapta aos mais variados géneros musicais desde o mais clássico e sinfónico mas também pode ser adaptado às sonoridades do jazz e do rock.
Diogo Silva também descobriu o gosto de tocar contrafagote, o “pai” do primeiro e que se toca uma oitava abaixo. É, na verdade, uma versão maior do fagote.
As técnicas para ambos os instrumentos são semelhantes. É um dos instrumentos de som mais grave da orquestra. O contrafagote tem um tubo de mais de 5,90 m de comprimento, dobrado três vezes sobre si mesmo. É construído totalmente de madeira e, para o tocar, é necessário o instrumentista apoiar-se numa peça de ferro que assenta no chão, devido ao seu peso: dez quilos.
Recentemente, Diogo Silva foi convidado para atuar no CCC com a Banda Filarmónica de Alvorninha onde tocou contrafagote. “A Sinfonia dos Animais” de Dan Brown já foi interpretadas duas vezes por aquele grupo e em ambas o músico participou. Agora. o caldense, que também fez parte da Banda Comércio e Indústria, está a preparar-se para viver a primeira experiência musical internacional, onde vai atuar, realizar workshops e contactar com músicos de outros países. E dar mais sopros seguros numa carreira que se prevê brilhante. ■

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