Dia Internacional dos Monumentos e Sítios assinalado nas Caldas

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Gazeta das Caldas

DiaMonumentosNo domingo, 18 de Abril foi assinalado nas Caldas, o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios. No Museu do Hospital, durante a manhã, a oferta de actividades destinou-se aos mais novos, tendo recebido 70 crianças que visitaram o museu e o respectivo atelier de Conservação e Restauro. Segundo Dora Mendes, técnica responsável daquele espaço museológico, o carácter prático da visita a este último espaço foi muito positivo devendo ser repetido.
Foi também dado a conhecer o roteiro Caldas num Giro e realizou-se uma visita sobre o mobiliário de estilo Thonet que está  presente na colecção do Museu. Este estilo, pelo seu modelo de montagem, é muitas vezes associado aos primórdios do IKEA.
À tarde foi inaugurada a exposição “Sabia que…? Notas Curiosas sobre o Quotidiano do Hospital de Nossa Senhora do Pópulo”, que estará patente até final de Junho. Da mostra fazem parte 50 perguntas e respectivas respostas, sobre o quotidiano do Hospital Termal. Trata-se de um outro olhar para a história desta instituição, através da história das pequenas coisas e do dia-a-dia que se viveu naquela unidade de saúde termal.
No Museu de Cerâmica este dia foi assinalado com visitas e leitura de histórias relacionadas com a  história do Visconde, do Palacete e do Atelier Cerâmico. Também se leram contos sobre ceramistas conceituados, como Rafael Bordalo Pinheiro e Manuel Mafra.
No Museu Malhoa abriu portas ao público a exposição de pintura “Com Malhoa – Pinturas no Museu 2014” que integra obras dos alunos do Centro de Educação Especial Rainha D. Leonor.

O quotidiano do Hospital de Nossa Senhora do Pópulo

Sabia que, para além da decoração religiosa, as enfermarias do hospital eram dotadas de alguns livros religiosos e de romances cavaleirescos?
No hospital das Caldas a presença de imagens religiosas devia ser frequente. O livro de contas de 1536-1537 regista a compra de um Flos Sanctorum – livro sobre a vida dos Santos – “para por ele lerem os enfermos nas enfermarias por o outro que havia ser já todo roto”. A compra deste livro e de outros dois no ano subsequente (respectivamente designados por Espendião e Floriscendo) sugerem a leitura de livros religiosos (e provavelmente não só) aos doentes, com o intuito de lhes elevar o espírito, colmatar horas vagas e evitar passatempos reprováveis como o do jogo.

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Sabia que segundo D. José I muitos médicos com “maligna impiedade” mandavam “morrer nas Caldas aqueles enfermos que não querem que lhes morram nas mãos”?
À luz do regimento setecentista alguns médicos reencaminhavam doentes “terminais” para o hospital das Caldas. Por forma a combater esta tendência o rei ordenou a elaboração de uma “tabela de enfermidades”, onde constassem “os enfermos que devem ser mandados aos banhos”.

Sabia que por questões de higiene e preventivas os bacios de noite (penicos) deixaram de ser em barro para serem de vidro?
Ao lado de cada uma das camas havia bacios, também designados na documentação por “privados”, “urinóis” ou “camareiros”. Nos primeiros anos do hospital estes bacios eram de madeira (ex. 1523-1524), mas a partir de 1563 passam a ser de barro vidrado. A mudança no que toca à matéria-prima dos urinóis deu-se não só por questões de higiene, como também para facilitar o processo uroscópico levado a cabo duas vezes ao dia pelo físico. O vaso vidrado permitiria ao físico analisar a cor, o cheiro e a nebulosidade da urina dos doentes.

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