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A segunda edição do “Toma Lá Arte” – evento cultural que visa dar a conhecer os trabalhos realizados por alunos da ESAD – mostrou que a iniciativa está a ganhar raízes e a abrir-se a outras escolas do país, contribuindo para a dinamização de vários espaços na cidade.
O fim do evento, realizado em Dezembro, contou com a estreia da curta-metragem Part-Time Queen, made in ESAD, e que agora vai fazer o circuito dos festivais da especialidade.
A primeira edição do Toma Lá Arte aconteceu em Abril de 2010 e tinha na organização cinco pessoas. Este ano já eram 15 a organizar as tarefas de apresentar os vários trabalhos nas exposições, os ciclos de filmes ou os diferentes workshops de áreas, desde o vídeo à animação. “Foi esse o segredo para o crescimento do evento”, disse Ricardo Sousa, o mentor da iniciativa que visa dar a conhecer os trabalhos que se realizam no âmbito académico e em áreas como curta-metragem, Videoclip, Vídeo Experimental, Spot Publicitário/, Documentário/Reportagem, Fotografia/Fotomontagem, Desenho/Ilustração/Pintura, Escultura, Cerâmica ou Música (ver caixa).
Segundo o organizador, houve um aumento de qualidade nos trabalhos apresentados e “nota-se que estes deixam de ser pensados apenas no contexto escola curricular pois agora há uma iniciativa onde os trabalhos já podem ser divulgados e sujeitos a concurso”.
Apesar da adesão às categorias não ter sido homogénea, Ricardo Sousa destacou que neste momento o evento já consegue chegar a todos os cursos da ESAD.
Apesar de terem apostado em realizações em vários espaços, como bares e cafés, dando um carácter mais lato à iniciativa, “curiosamente tivemos menos adesão aos workshops”.
Esta segunda edição já contou com o apoio da própria escola, o que segundo Ricardo Sousa foi “importante” porque o Toma Lá Arte abriu-se a outras escolas tendo participado estudantes de estabelecimentos de Tomar e de Santarém.
Para Susana Rodrigues, directora da ESAD, esta iniciativa “é uma homenagem ao talento da escola que premeia a criatividade e a capacidade de realização de projectos e promove a multidisciplinaridade de conhecimentos”.
Segundo a mesma responsável o Toma lá Arte continuará a ser apoiado pela escola de artes caldense, assim como “todas as iniciativas que promovam o talento existente nesta escola”.
Uma curta da ESAD para os festivais
Ricardo Silva e Fábio Ferreira são finalistas do curso de Som e Imagem e realizaram a curta-metragem “Part-Time Queen”. O filme conta a história de um rapaz chamado Júlio que se vai cruzar com a do travesti Chantel.
Para realizar este projecto, sob guião de Luís Campos, os realizadores contaram com o apoio da docente e também realizadora, Raquel Freire e com a colaboração de dois actores profissionais – Joaquim Nicolau e Igor Sampaio.
“Em Portugal os actores são abertos a colaborar em projectos escolares”, disseram os jovens satisfeitos com a colaboração não só dos profissionais mas também da restante equipa que reuniu gente da escola (alunos do curso de Teatro) e também da cidade.
Toda a equipa reuniu-se no final do Toma Lá Arte e ficou surpreendida com a reacção positiva da assistência, que encheu o auditório da escola, à estreia do filme.
“Aprendemos muito com este trabalho”, disseram os jovens acerca da forma como a sociedade actual lida com a diferença. “Part-Time Queen” vai agora concorrer a concursos e festivais de curtas-metragens.
Natacha Narciso
nnarciso@gazetadascaldas.pt
