Cultura da Guiné dá-se a conhecer na Capela de S. Sebastião

0
848
Sessão

Capela de S. SebastiãoMostrar os sabores e a etnografia guineense é o objectivo da Associação Cultural e Recreativa dos Naturais e Amigos de Oio-Guiné Bissau, que tem patente, até ao final do mês uma exposição na Capela de S. Sebastião, ao cimo da Praça da Fruta.
A encerrar o evento haverá um almoço em que será dado destaque à gastronomia tradicional daquele país, seguido de um desfile de moda. A música africana também irá estar a marcar o ritmo

Diversas esculturas em pau vulgar e pau preto, instrumentos musicais, cabaças utilizadas na culinária e na decoração e vários exemplares de pano de pinte – têxtil típico confeccionado de forma artesanal – compõem a mostra que divulga a cultura guineense.
Na Capela, agora transformada em museu, estão também patentes umas bonecas bastante suis generis, feitas de ossos de vaca e adornadas com missangas de várias cores, e ainda um bombolon, um instrumento de percussão utilizado para transmissão de uma mensagem a grande distância. “É a internet da época”, brincou Augusto Mansoa, presidente da Associação Cultural e Recreativa dos Naturais e Amigos de Oio-Guiné Bissau, e detentor de grande parte do espólio em exposição.
Trata-se da segunda edição da exposição que pretende dar a conhecer à população a cultura guineense, com alguns objectos novos. A associação procura mostrar a sua realidade num “país que nos tem recebido tão bem”, conta o responsável, destacando que só percebendo essa herança é que a simbiose entre os dois povos é viável.
“Qualquer povo que não tem cultura é um povo morto”, diz Augusto Mansoa, nascido em Mansoa, na região de Oio. Foi na sua terra que passou a primeira infância, até que foi para a capital, Bissau, prosseguir os estudos. Depois, aos 18 anos, veio para Portugal para tirar o curso de Medicina.
Actualmente  é cirurgião no hospital das Caldas da Rainha, mas não esquece as suas raízes. As suas visitas à Guiné são anuais ou bianuais, trazendo sempre consigo objectos característicos da cultura e identidade daquele país africano.
Criada há cerca de sete anos, a Associação Cultural e Recreativa dos Naturais e Amigos de Oio-Guiné Bissau, elegeu a educação como uma das suas principais prioridades, estando já a fazer uma reciclagem interna, de modo a que os associados também melhorem o seu nível escolar. Além disso, estão a participar em projectos para a criação de escolas naquele país.
“Só através do conhecimento a Guiné pode melhorar”, diz Augusto Mansoa, preocupado com o estado actual do seu país natal. Reconhece que “Portugal está muito envolvido na tentativa de conseguir uma solução consensual” e adianta que, como homem de esperança que é, acredita que haverá um entendimento e um futuro melhor para aquele país africano.

Gastronomia e moda encerram iniciativa

- publicidade -

No final do mês, a 28 e 29 de Agosto, o destaque será dado à gastronomia guineense. Cafriela de galinha, caldo de amendoim com galinha de campo e o caldo de dendém (óleo de palma), são alguns dos pratos previstos para o almoço que se irá realizar no Céu de Vidro, no Parque D. Carlos I, e que terá música africana a marcar o ritmo.
“São pratos menos conhecidos mas também os mais apetecíveis”, afirma Augusto Mansoa. Após o almoço, pelas 16 horas, haverá ainda um desfile de moda no CCC, com os figurantes a vestir a rigor os trajes típicos de Guiné-Bissau.
O almoço terá um preço simbólico, e os interessados poderão inscrever-se no Museu do Hospital.
Esta iniciativa é uma organização da Associação Cultural e Recreativa dos Naturais e Amigos de Oio-Guiné Bissau, Museu do Hospital e das Caldas e do Centro Hospitalar Oeste Norte.

- publicidade -