A criadora de moda caldense, Susana Agostinho foi convidada para ser júri do programa “Cosido à Mão”, que está a ser exibido até Janeiro na RPT1. A designer entra em casa dos telespectadores aos sábados à noite.
A autora, que há 20 anos tem o seu próprio atelier de noivas em Lisboa, diz que está a gostar desta experiência televisiva e do programa que dá a primazia à criação e à costura.
A designer de moda caldense Susana Agostinho é uma das juradas do programa Cosido à Mão, da RTP1, que é exibido aos sábados à noite. “Trata-se de um projecto inovador em Portugal”, contou a autora sobre o programa televisivo que pretende descobrir, entre 15 costureiros amadores, quem é o melhor de terras lusas.
Os concorrentes têm que responder a vários desafios e fazer peças, desde vestidos de noite a casacos Chanel, sem esquecer a decoração de ténis ou a execução de um soutien.
Este formato televisivo também existe em Inglaterra, França, Alemanha, Noruega, Suécia e Dinamarca e nesses países já foram distinguidos os melhores talentos das linhas e agulhas.
Em Portugal o programa tem 13 episódios e começou a ser exibido a 28 de Outubro.
A criadora e o alfaiate
“Cosido à Mão” é apresentado por Sónia Araújo e tem como jurados Paulo Battista e Susana Agostinho, que devem avaliar as competências e o talento dos concorrentes. Em todas as sessões há um candidato que é excluído do atelier de costura.
“Como jurados, as gravações foram uma experiência totalmente nova para nós”, contou Susana Agostinho, que tal como Paulo Battista, tinha apenas a experiência de ser convidada por alguns programas para dar a conhecer o seus trabalhos.
A logística e a rectaguarda que foi preciso montar “foi algo exigente” dado que várias pessoas que estão no programa têm filhos pequenos. “Foi duro pois as filmagens começaram no primeiro dia de aulas”, recorda a designer, acrescentando que “começávamos a gravar às seis da manhã e só terminávamos às 23h00”.
Aos sábados paravam as gravações, “eu ia trabalhar e só descansava ao domingo”, contou à Gazeta das Caldas.
E se o jurado Paulo Battista analisa sobretudo o rigor técnico, Susana Agostinho avalia a criação no seu global, a alma da peça que cada um dos concorrentes vai apresentando. E não são meigos. Cortam a direito. “Eu disse à produção que só aceitaria o convite se pudesse ser como sou, fiel a mim própria”, disse a caldense que nunca aceitaria convites onde fosse pré-determinado fosse o que fosse.
Sair da caixa
A participação no programa “Cosido à Mão” foi para Susana Agostinho “muito enriquecedora” e apesar de não ser algo prioritário, gostou do desafio dado que a própria também gosta de “sair da caixa”. A designer também gostou que todas as semanas houvesse no programa convidados especiais do mundo da moda portuguesa. Além do mais, o programa aposta numa vertente pedagógica e dá a conhecer quem foram os grandes ícones da moda mundial e algumas das suas criações. Uma das visadas foi Coco Chanel.
“É um programa divertido para toda a família”, disse a caldense acrescentando que “Cosido à Mão” permite aprender algo sobre o mundo da moda.
O programa só terminará em Janeiro e o vencedor(a) terá a oportunidade de viajar a Paris para participar na maior feira de materiais e serviços relacionados com a indústria da moda. Vai também estagiar numa fábrica têxtil e ainda receberá 5000 euros para arrancar com o percurso na costura.
Susana Agostinho tem 49 anos e saiu das Caldas aos 16 anos. Tirou o seu curso de criadora de moda no Porto e dedica-se aos vestidos de noiva. Antes de ter o seu atelier, Suana Agostinho trabalhava para a Zelu, a empresa da sua família, gerida por Paulo Agostinho que é também presidente da Associação Empresarial das Caldas da Rainha e Oeste (ACCCRO). Mantém-se ligada à empresa mas explica que “a Zelu tem um mercado diferente do de Lisboa”.
A empresa familiar caldense é uma multimarcas que tem um público essencialmente nacional ao passo que a mini-marca Susana Agostinho tem clientes da capital e de todo o mundo. Ao todo, Zelu e Atelier Susana Agostinho, empregam oito pessoas. A criadora de moda sente-se pouco acarinhada pela sua terra natal. E diz que está de acordo com o adágio popular que afirma que “santos da casa não fazem milagres”. É que para ser reconhecido nas Caldas, “temos que ser conhecidos primeiro noutros lugares”, rematou.































