Coros caldenses assinalaram o 25 de Abril no Malhoa que esteve a abarrotar de gente. No domingo, museu celebrou 91º aniversário com teatro
O Coral das Caldas e o Coro Social do Bairro fizeram com que a Sala Malhoa não fosse suficiente para todos os que queriam assistir à atuação. Muitas pessoas tiveram que ouvir a atuação nas salas adjacentes pois não havia lugares.
O Coro Social do Bairro celebrou um ano em fevereiro, tem cerca de 30 elementos e costuma marcar presença nos eventos com duas dezenas de elementos.
O músico de instrumentos de cordas, Tiago da Neta, que é professor de guitarra no Conservatório das Caldas, é o diretor artístico deste coro que está inserido no Clube Social do Bairro Azul. É ele que faz os arranjos das canções para o próprio grupo, que é constituído por designers e artistas.
“Cantamos sempre música portuguesa, seja tradicional, de intervenção e canções contemporâneas de grupos como os Diabo na Cruz ou os Retimbrar”, contou o maestro, antes da atuação do grupo que diz que é constituído “por pessoas que gostam de cantar de uma forma descomprometida”. Dele fazem parte elementos com idades entre os 22 e os 47 anos. Segundo Tiago da Neta, só aceitam convites para atuar que façam sentido para os objetivos do grupo, “o que implica o nosso próprio convívio, cantar em português, e com forte foco nas canções de intervenção”. Já atuaram algumas vezes nas Caldas e também atuaram em Torres Vedras .

De momento, o coro não tem inscrições abertas e as futuras entradas dão-se “através de amigos”. O grupo interpretou temas de Zeca Afonso, de José Mário Branco e canções tradicionais e de trabalho. Em conjunto os dois coros finalizaram a atuação com “Acordai!” de Lopes-Graça.
A diretora do Museu, Nicole Costa referiu que o concerto dos coros, organizado pela Liga dos Amigos do Museu de José Malhoa, é sempre bem sucedido e – tal como as celebrações dos 91 anos do próprio museu que tiveram lugar no dia 27 de abril – fazem parte de uma estratégia que quer “tornar esta casa mais aberta a toda a gente”.
Segundo a diretora, a greve de parte dos funcionários do Museu Malhoa, que reivindicam os seus direitos junto da Museus e Monumentos “não prejudicou o funcionamento do museu pois contei com uma outra parte da equipa do museu”. A luta pelos direitos “é um movimento social legítimo e hoje estamos abrindo pois foi acordado esta atividade previamente”, disse a responsável.
Os funcionários escalados estiveram de greve, tendo o museu funcionado apenas com a presença de colaboradores contratados.
No total, o Museu Malhoa possui nove funcionários, incluindo a diretora.
Personagens dos quadros ganharam vida
No domingo, 27 de abril, houve a celebração dos 91 anos do Museu com performances teatrais levadas a cabo pelas atrizes e docentes Inês Fouto e Ana Paula Proença.
“Conversando com o Vizinho” de José Malhoa, “A vendedora de Laranjas “de Maria de Lurdes Melo e Castro e “Pausa Forçada” de Arthur Alves Cardoso, foram as obras escolhidas e que fizeram parte de um roteiro de performance teatral.
“Esta foi uma forma de dar vida às personagens retratadas nas telas”, disse Inês Fouto, acrescentando que as atrizes também cantaram e até tocaram adufe durante a performance, que foi assistida por dezenas de pessoas.
Para a diretora, Nicole Costa, esta iniciativa acabou por trazer de volta ao museu, “o Portugal rural retratado por Malhoa, esperando que a atividade nos faça pensar um pouco sobre Arte e sobre representação social”. ■































