A rainha deu o mote à segunda conversa d’Arte que uniu convidados de várias áreas
Decorreu a 7 de novembro, a segunda Conversa D’Arte no espaço da GaleriaArt4Family. A partilha reuniu o presidente da Câmara, Vítor Marques, a vereadora da Cultura, Conceição Henriques, o arquiteto Jorge Mangorrinha e duas pintoras – Luísa Carvalheiro e Sofia Brito que conversaram sobre a vida e obra da Rainha D. Leonor.
Para Conceição Henriques, D. Leonor apesar de se situar entre a Idade Média e o Renascimento, “ela seria claramente uma princesa do Renascimento que teve um papel crucial na formação das Caldas, localidade de quem se conhece o próprio bilhete de identidade”.
A autarca referiu até que não conhece outra rainha consorte na história de Portugal “que tenha tido a visão, a capacidade e o resultado transformador político que ela alcançou”. A autarca recordou que nasceu próximo do Largo da Rainha, local que a marca desde a infância, sem querer saber que o nome daquele largo é Conde de Fontalva. “É o Largo da Rainha para os locais”.
O edil caldense, Vítor Marques salientou os 500 anos do seu legado, da criação do próprio hospital e da resposta assistencialista “e que ainda hoje é válida”. O presidente também destacou o papel de mecenas pois a Rainha apoiou várias artes.
Na sua opinião, é a D. Leonor que se deve a apetência cultural das Caldas, aspecto que “não tem o mesmo impacto noutras urbes da nossa dimensão”.
Jorge Mangorrinha, que também tem uma pintura na exposição sobre a Rainha, patente na galeria, referiu que há de facto confirmação da estratégia régia usada para conter os monges de Alcobaça. Referiu também que grande parte dos primeiros habitantes das Caldas eram homiziados ou seja “deu-se uma nova oportunidade a pessoas presas que vieram para as Calda servir neste empreendimento régio que era o hospital termal”.
Segundo Mangorrinha esta unidade é “o primeiro hospital moderno português, na medida em que foi fundado antes do Hospital de Todos os Santos, em Lisboa, à luz do pré-Renascimento”. No que diz respeito à parte termal, poderá ser considerado o primeiro hospital termal do mundo com determinadas características. Ou seja, já existiam hospitais termais em França, ligados ao setor militar só que o das Caldas “tem características singulares e iniciáticas”. Este tinha apoio médico, paramédico, botica e enfermarias, ou seja “não era igual aos que já existiam”.
O convidado também salientou o facto da igreja, ao contrário da maioria das congéneres, não é altaneira mas está no fundos dado que era complementar ao edifício hospitalar pois os doentes tratavam corpo e mente. E o hospital só poderia estar naquele lugar pois “até 1962 o uso das águas era proveniente das emergências naturais”, rematou.
João Paulo Cunha, da galeria, ainda salientou o papel fundamental de D. Leonor na criação das Misericórdias no país.































