Há fotografias de paisagens, retratos, auto-retratos, de animais e de objectos de Carlos Relvas (1838-1894) para apreciar no Museu Malhoa. Esta mostra abriu portas a 18 de Maio, Dia Internacional dos Museus, e teve uma inauguração muito concorrida. O artista, que foi amigo de José Malhoa, chegou a retratá-lo, enquanto que o caldense foi o pintor da sua família. Uma exposição a não perder que poderá ser apreciada até 25 de Junho.
“Carlos Relvas – Um homem tem duas sombras” é como se designa a exposição patente no Museu Malhoa, comissariada por Luís Pavão e Nuno Faria.
“Trazer esta exposição a este museu é muito interessante pois existiu uma relação forte de amizade entre Carlos Relvas e José Malhoa”, disse o curador Nuno Faria, que também possui uma ligação a este espaço museológico já que foi aqui que realizou as primeiras exposições do seu percurso como curador em 1999.
“Carlos Relvas – Um homem tem duas sombras” é uma versão reduzida da mostra que se realizou há dois anos em Guimarães e que uniu o Centro Internacional das Artes José de Guimarães e a Casa-Estúdio Carlos Relvas.
Nas Caldas, a mostra está dividida em núcleos temáticos ligados à paisagem. Há fotografias de Relvas relacionadas com nuvens, rochedos, glaciares, penedos, cactos e árvores. Num outro núcleo reúnem-se imagens do Castelo de Almourol, das cheias em Santarém e de gente numa praia onde há um barco prestes a naufragar. Além de monumentos, Carlos Relvas retratou animais vivos e empalhados, cavalos, cavaleiros e toureiros.
O fotógrafo “tinha ainda uma prática de retrato e de auto-retrato muito importantes e que fez durante toda a sua vida”, disse o curador. Entre os seleccionados para esta exposição está o de José Malhoa, a pintar um cavalo, no seu estúdio onde foi colocado um cenário.
Laboratório do fotógrafo visitado pela realeza
Esta mostra procura “dar a ver o trabalho de Carlos Relvas no âmbito da contemporaneidade”, explicou o curador, referindo a singularidade do trabalho daquele fotógrafo. “Ninguém na sua época fotograva assim os animais ou as árvores! Estas são imagens completamente abstractas”, disse.
Carlos Relvas tinha um laboratório fotográfico que era do mais avançado da época e por isso “era um lugar de romaria onde iam as pessoas mais importantes da altura”, entre eles o rei D. Carlos e a rainha D. Amélia que ali se fizeram retratar.
Carlos Coutinho, director do Museu Malhoa, referiu que apesar do fotógrafo ter mais 17 anos do que José Malhoa, “havia uma relação de amizade dado que Malhoa foi o pintor da família Relvas”.
A exposição pode ser apreciada até 25 de Junho.
Marionetas e máscaras no Centro de Artes
O Dia Internacional dos Museus, 18 de Maio, foi assinalado em vários espaços museológicos caldenses. No Centro de Artes, logo de manhã, o grupo SA Marionetas trouxe o espectáculo “Portucale” dirigido às crianças do pré-escolar e do básico. Durante a actuação, foi feita uma viagem pela História de Portugal, incidindo no período da sua fundação. Foi encenado o casamento do conde D. Henrique com D. Teresa que receberam como prenda o condado portucalense, sem esquecer depois a Batalha de Ourique onde D. Afonso Henriques é aclamado rei pelos soldados.
Os jardins dos ateliers-museus encheram-se de petizes para assistir a espectáculo de marionetas, um hábito que se está a tornar numa tradição no dia em que se celebram os museus.
Patentes nos vários espaços do Centro de Artes estão ainda as exposições “Para Sempre” de Miguel Branco (até 7 de Junho) e a “Máscaras nas colecções municipais” que pode ser apreciada até 31 de Julho no Museu Barata Feyo. Houve também um programa de visitas guiadas e de experimentação de técnicas de grafitti.
































