Concertos levaram mais de 20 mil espetadores à Frutos

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Sara Correia encerrou os concertos da Frutos, no domingo à noite

Do rock ao fado, passando pelo reggae e a filarmonia, houve música para todos os gostos nesta edição da Frutos. Richie Campbell foi quem mais espetadores levou ao palco montado no Parque D. Carlos I

Fátima Ferreira
Mariana Gomes

Foi ao som do fado e da voz poderosa de Sara Correia que terminou a edição da Frutos 2025, no noite de domingo. A cantora “de Chelas” atuou pela primeira vez nas Caldas da Rainha e, até adaptou uma das suas músicas – Lisboa e o Tejo, à cidade.

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Em palco, em conjunto com a sua banda – Diogo Clemente na viola, Ângelo Freire na guitarra portuguesa, Frederico Gato no baixo e Joel Silva na bateria – Sara Correia cantou fado, mas não só. Lembrou Zeca Afonso, com a Balada de Outono, cantou António Variações, Quero é viver e Que O Amor Te Salve Nesta Noite Escura, composto por Pedro Abrunhosa e que tem por temática e esperança e a resiliência dos ucranianos face à guerra.

Sara Correia, que terminou o espetáculo a homenagear Amália, com Estranha Forma de Vida, voltaria ao palco, por insistência do público, para interpretar Só à noitinha e encerrar com Chelas, o tema mais conhecido do novo álbum Liberdade.

Dois dias antes, o concerto de Richie Campbell, foi um dos pontos altos da Feira dos Frutos 2025, enchendo por completo o recinto do Parque D. Carlos I. Desde cedo, o público mostrou entusiasmo, com muitos jovens e famílias a marcarem presença para assistir ao espetáculo do artista que tem marcado a música urbana portuguesa.

Ao longo da atuação, Richie Campbell revisitou alguns dos maiores sucessos da sua carreira, num alinhamento que fez o público cantar em uníssono. Canções que misturam reggae, dancehall e influências da soul encheram o recinto de energia, criando uma atmosfera vibrante e festiva que se prolongou noite dentro.

Entre músicas, num dos momentos mais marcantes da noite, o artista dirigiu-se diretamente ao público, agradecendo não apenas a presença, mas também o facto de, graças ao apoio dos fãs e à compra dos bilhetes, pode continuar a fazer aquilo que mais gosta: subir ao palco e partilhar música. O gesto foi recebido com aplausos e gritos de entusiasmo.

Também David Fonseca voltou às Caldas para um concerto, tal como João Pedro Pais, que recordou em palco, a sua presença na cidade em 2019, e destacou o local deste espetáculo. “É brutal, magnífico”, disse o cantor e, aludindo às árvores em redor, lembrou o trabalho dos bombeiros portugueses no combate aos incêndios.

Numa “viagem” pelos êxitos da sua carreira, João Pedro Pais interpretou temas como A Palma e a Mão, Não há, Um volto já, Da Próxima Vez, Nada de Nada, ou um Resto de Tudo. Num concerto muito partilhado com o público, João Pedro Pais contou que nessa tarde visitou Óbidos e que, ao entrar na Porta da Vila, ficou encantado com alguém que cantava “muito bem” Caruso, de Lucio Dalla, e felicitou-o, dizendo que também era cantor. “Pode ser que um dia cantemos juntos”, respondeu o tenor, que João Pedro Pais convidou para participar no espetáculo nas Caldas e recebeu uma resposta afirmativa. Em palco, o cantor, natural de Porto de Mós e descendente de uma família ligada à cerâmica, que aos 50 anos decidiu mudar radicalmente de vida e dedicar-se a esta arte, voltou a interpretar o êxito italiano acompanhado à guitarra por João Pedro Pais.

A abrir esta edição esteve o grande espetáculo da Sociedade Filarmónica Catarinense, com as participações de Vanessa Dias, David Antunes, Carolina Ligeiro e Emanuel Moura.
O evento assume-se como inclusivo e este ano voltou a contar com uma empresa especializada em Língua Gestual Portuguesa, que fez a tradução dos concertos para a língua gestual.

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