O CCC abriu a agenda de espectáculos no dia 3 de Janeiro com um concerto de Ano Novo que juntou músicos da Banda Comércio e Indústria e coralistas do Conservatório, da Universidade Sénior Rainha D. Leonor, do Orfeão Caldense e do Coral das Caldas da Rainha. No total, praticamente 200 pessoas reunidas em palco coordenadas pelo maestro Adelino Mota. A tradição manteve-se e também em 2016 o concerto contou com sala cheia – aliás, duas semanas antes da actuação já não havia lugares disponíveis. A próxima edição do espectáculo realiza-se no final deste mês, a 23 de Janeiro.
As cortinas abrem-se e os cerca de 70 músicos da Banda Comércio e Indústria já estão sentados, prontos a tocar o primeiro tema. Para a maioria, interpretar esta composição é recuar até ao dia 19 de Abril do ano passado, data em que a banda estreou “Caldas da Rainha”, uma peça composta pelo holandês Jacob de Haan e escrita especialmente para a ocasião.
A música faz uma homenagem à história e origem das Caldas, começando com uma abertura festiva, alusiva à celebração do povo aquando da chegada da Rainha D. Leonor. Os Pavilhões do Parque e a descoberta das águas termais também estão presentes, num tema que transmite a emoção e alegria sentidas pela população caldense, que idolatra a sua rainha.
Após cinco músicas, a última – “You Raise Me Up” – com direito à participação da cantora Júlia Valentim, o palco ganha nova vida com a entrada dos coralistas, mais de 100 pessoas em representação de várias gerações: há espaço para crianças, adultos e seniores.
O reportório revela-se diversificado, incluindo composições clássicas, como a ópera “Highlights from Carmen”, pop, com “Hello, Goodbye” (Beatles) e ainda música popular portuguesa, “Recolhas Alentejanas”, um tributo ao “cante” alentejano, distinguido como Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO em 2014. Escrito propositadamente para o concerto por Margarida Louro, este último tema incorpora diversos excertos do Coro dos Mineiros de Aljustrel e das melodias “O que levas na Garrafinha”, “Gotinha d’Água”, “Malmequer criado no Campo” e “Saias da Vila do Rodondo”.
“Pouco tempo para ensaiar o concerto”
Embora as partituras com as músicas selecionadas tenham sido entregues aos directores dos coros Maria João Veloso, António Joaquim Silva e Ruth Horta logo em Setembro, o grupo que subiu ao palco apenas ensaiou em conjunto por três vezes. “Não há muito tempo para preparar o concerto, porque a época que antecede o espectáculo, o Natal, é bastante trabalhosa para os coros e banda que têm uma agenda bastante preenchida”, explica Adelino Mota, sublinhando que é a “muita vontade dos envolvidos no evento que faz este magnífico resultado”. O desafio assenta também no facto de nem todos os participantes saberem ler música, ou dos coralistas mais novos sentirem alguma dificuldade em cantar francês, um obstáculo com que os mais velhos se deparam com os temas em inglês.
“A fasquia está elevada e quero mantê-la assim, porque para subirmos ainda mais o nível seria necessário mais tempo de preparação”, afirma o maestro, manifestando-se muito satisfeito com o resultado alcançado.
Concerto esgotado… com lugares vazios
Duas semanas faltavam para o dia 3 de Janeiro e já se anunciava concerto esgotado. Contudo, chegada a hora do espectáculo, contavam-se vários lugares vazios no grande auditório do CCC. Para Adelino Mota, “é triste constatar que existem pessoas que compram bilhete e depois não aparecem, tirando o lugar a outras que ficaram à porta”, algo que “só acontece porque as entradas custam 2,5 euros, pois se fossem mais caras ninguém faltava”.
Contudo, boas notícias: no próximo dia 23 de Janeiro, pelas 21h30, realiza-se a segunda edição do concerto, “desta vez mais fácil para todos, pois não há tanta pressão e temos mais tempo”, adianta Adelino Mota.































