Mais de 1200 pessoas assistiram no passado dia 4 de Janeiro às duas actuações do concerto de Ano Novo que tiveram lugar no CCC. Nele participaram os coros da cidade (Alunos de Coro do Conservatório, Coral das Caldas da Rainha, Orfeão Caldense, Coro da Universidade Rainha D. Leonor) com a Banda Comércio e Indústria (BCI).
A opinião é unânime. O concerto “foi muito bom!”. Era o que se ouvia por toda sala. O público aplaudia de pé e havia sorrisos e boa disposição por todo o lado. Este foi o terceiro ano consecutivo que os coros da cidade se juntaram com a BCI para dar as boas-vindas ao novo ano. O projecto tem a direcção artística do maestro Adelino Mota, que lidera a BCI há vários anos e junta os coros da cidade e a banda, numa actuação em que se ultrapassa largamente a centena de intérpretes em palco.
A actuação abriu com a actuação da BCI, com 1812 Overture, de Tchaikvosky, e que contou com arranjo do maestro Adelino Mota. A interpretação contou com sons de canhão e jogos de luzes a acompanhar o ritmo forte, recordando que esta obra orquestral foi composta para a abertura da Exposição Universal das Artes que decorreu em Moscovo em 1882 e que visou assinalar o fracasso da invasão francesa à Rússia em 1812 e ao consequente fim da grande armada napoleónica.
Ainda apenas com os músicos da banda caldense foi interpretado o tema Zeus, de Rob Romeyn, e por fim Polka Hey!, um género que é habitual nos concertos de passagem de ano.
Em seguida entraram os coralistas. Muitas palmas para os cantores locais que, acompanhados pela BCI, começaram por entoar um coral de Bach, “um tema clássico pois é importante fazer referência à música erudita”, disse Adelino Mota, acrescentando que esta actuação também teve uma carácter pedagógico pois, pelo menos, os elementos mais jovens dos grupos caldenses tiveram que pesquisar os compositores e o porquê de entoar estes temas numa actuação que visa celebrar a chegada do novo ano.
De seguida, foi cantado o Fortuna, tema de abertura da ópera Carmina Burana, da autoria de Carl Orff, que arrancou aplausos do público. Este é um tema para orquestra que foi adaptado para banda e coros.
E porque para Adelino Mota “é fundamental incluir música portuguesa”, banda e coros interpretaram um medley de cantigas populares portuguesas, num arranjo de Margarida Louro e que inclui trechos de Senhora do Almortão e Dom Solidom, entre outras.
Seguiu-se depois um conjunto de trechos que Adelino Mota apelida de Broadway Style, entre eles o Fantasma da Ópera, Jesus Cristo Superstar e Don’t Cry for me Argentina.
O concerto fechou com o espiritual negro “Oh Happy Days”, que ainda teve como bónus a colaboração da cantora Júlia Valentim. Foi por isso uma actuação variada, com temas para todos os gostos. “É preciso ter em conta que são necessárias canções que agradem à plateia”, disse o maestro. No final, Adelino Mota fez questão em dividir os aplausos com os restantes maestros que coordenam os coros das Caldas.
“Para o ano há mais!”
“Correu tudo muito bem, estamos todos de parabéns, sobretudo o mentor desta ideia e o CCC. Para o ano há mais!”, comentava no final Fátima Cotrim, uma das responsáveis pelo coro do Conservatório.
Ruth Horta, que coordena o Orfeão Caldense e o Coro da Universidade Sénior, contou que antes dos ensaios finais dos coros com a BCI, houve ainda um trabalho prévio, primeiro em cada coro e depois em ensaios conjuntos de naipes que tiveram lugar no Conservatório.
“O que mais me surpreendeu foi o público”, disse Adelino Mota, acrescentando que fazer duas sessões foi a melhor solução, já que no ano passado houve “guerra” por causa dos bilhetes, com pessoas fora do grande auditório a querer entrar. Este ano, a três semanas da realização do concerto já não havia bilhetes e como tal “estaríamos a privar centenas de pessoas de assistir à actuação”. A segunda sessão também esgotou.
Faria sentido fazer uma gravação desta iniciativa? “Talvez um DVD…no futuro, quem sabe”, disse o mentor desta iniciativa, sem contudo deixar de referir que cada grupo tem a sua agenda e que também é bom que este concerto seja aguardado todos os anos com expectativa.
Carlos Mota, o director do CCC, também estava muito satisfeito com a larga adesão do público e do grande êxito que têm as actuações dos grupos locais. Além deste concerto, o responsável referiu também o sucesso que a actriz e encenadora Mafalda Saloio que trabalhou com ginastas da Acrotramp e o Rancho da Fanadia.
“O espectáculo foi um êxito e vamos tentar apresentá-lo no Barreiro”, disse Carlos Mota, tendo em conta que existe uma parceria no âmbito da Saúde entre Caldas e aquela cidade, que inclui também intercâmbios culturais.
Natacha Narciso
nnarciso@gazetadascaldas.pt
Concerto dos D.A.M.A. já esgotou e pode ter segunda actuação
O novo ano está a começar bem para o centro cultural das Caldas. Depois do êxito do concerto de Ano Novo segue-se mais uma lotação esgotada. No dia 31 de Janeiro, pelas 21h30, está previsto o primeiro concerto dos D.A.M.A. (grupo português de música pop) que rapidamente esgotou a bilheteira. Segundo Carlos Mota, está a ser planeada uma nova actuação do grupo que exige pelo menos um mínimo de 150 inscrições.






























