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A Banda do Comércio e Indústria (BCI) convidou Jacob de Haan para compor um tema para banda filarmónica, dedicado às Caldas da Rainha. O autor holandês acedeu ao convite e, além de ter feito a composição, ainda veio às Caldas para dirigir a banda no dia da estreia. O concerto teve lugar no grande auditório do CCC, a 19 de Abril e contou com casa cheia.
E se de repente uma banda filarmónica do Japão, do Canadá ou da Austrália tocar uma canção de um compositor de renome internacional que se chama “Caldas da Rainha”?
Isto é algo que a partir de agora é possível dado que a Banda Comércio e Indústria (BCI) convidou Jacob de Haan, o maior compositor europeu para bandas filarmónicas, a escrever sobre as Caldas da Rainha. O holandês aceitou o convite, veio à cidade termal, ensaiou a banda e dirigiu-a a 19 de Abril, num concerto que ficou marcado pela estreia mundial da nova peça.
O CCC encheu-se de gente para conhecer em primeira mão esta canção, para o qual o maestro se inspirou na fundação da própria localidade.
Jacob de Haan era amigo de Adelino Mota no Facebook e foi através desta rede social que lhe chegou um vídeo de uma actuação da BCI, interpretando uma das suas muitas composições. “Dei os parabéns ao maestro pela interpretação da minha canção e foi assim que tudo começou”, disse Jacob de Haan à Gazeta das Caldas na véspera da estreia da peça.
O compositor e maestro contou que já conhecia a cidade pois já tinha vindo de férias com a sua mulher a esta região, ficando alojado em Atalaia (Lourinhã).
E em que é que Jacob de Haan se inspirou para escrever a canção? “Na própria atmosfera da cidade, nos seus edifícios”, disse o compositor, que acima de tudo buscou inspiração na lenda da fundação da própria localidade, em que a Rainha ia a passar e viu gente a banhar-se nas águas termais, procurando assim a sua cura.
“Li várias textos sobre a lenda e foi nela que me inspirei”, contou Jacob de Haan, acrescentando que este projecto – que se desenvolveu ao longo de um ano. Jacob Haan ficou contente com o resultado final. Considera que “Caldas da Rainha” é um tema musical “muito feliz” pois contém “sons muito emocionais que creio que agradarão às pessoas”.
O holandês gostou muito de ensaiar a banda caldense dado que esta “estava muito bem preparada por Adelino Mota para começar a ensaiar a obra original”.
Do seu extenso curriculum de compositor fazem parte temas dedicados a vários locais do mundo. Há uma canção que Haan dedicou à cidade de Norcia (Itália), onde nasceu a ordem beneditina e uma outra designada “O Coração da Lituânia”.
“Bonita e melodiosa”
O maestro da BCI não podia estar mais contente com esta oportunidade de ter nas Caldas um compositor tão reputado como Haan. Foi graças ao apoio da Câmara, do CCC e de varias entidades locais – preciosas na logística relacionada com as refeições e alojamento – que foi possível trazer Jacob Haan às Caldas.
“A peça é muito bonita e melodiosa”, disse o maestro da BCI, acrescentando que agora, através da editora que representa o compositor holandês, é possível “ser adquirida e interpretada por outras bandas filarmónicas de todo o mundo!”.
Manuel Ventura, presidente da BCI, também louvou esta parceria e o trabalho de Adelino Mota com a banda, dado que se têm desenvolvido vários projectos que motivam os elementos do grupo.
Todos os músicos envolvidos nos ensaios e estreia de “Caldas da Rainha” gostaram do tema e valorizaram a experiência de ter o próprio compositor a dirigir a estreia da peça. Esta não poderia ter corrido melhor, no domingo, 19 de Abril num concerto que fez encher o grande auditório. Para interpretar “Caldas da Rainha”, os músicos da BCI, em vez da habitual farda, actuaram de fato e vestido de gala, dando elegância a esta estreia mundial.
