Chegaram às Caldas, no sábado, 27 de Abril, por volta das 10h00. Estava vento e por isso foi rápida a saída do comboio que o grupo, oriundo da Amadora, fretou para realizar este percurso pela linha do Oeste.São pintores, escultores, artistas plásticos, poetas e músicos. Também há gente ligada ao teatro e à animação de rua. Vêm trajados a rigor. São gente do campo, designam-se “saloios” e distinguem-se dos demais pelos acessórios e pelo ar animado que trazem. Têm por função animar as hostes e vão fazê-lo ao longo da estadia na Caldas, que vai durar todo o dia.“Fretámos o comboio para esta visita e só regressaremos a casa às 20h00”, disse Jorge Bandeira, elemento da direcção do Círculo, à Gazeta das Caldas, depois de uma primeira fotografia do colectivo, junto à estação ferroviária das Caldas. A paragem seguinte foi nos Paços do Concelho para depois rumar até aos ateliers-museus onde o grupo foi conhecer a obra dos escultores caldenses.
Estava previsto um almoço pic-nic no Parque D. Carlos I, mas o vento forte e frio que se fazia sentir naquilo que deveria ter sido uma amena tarde de Primavera, acabou por conduzir alguns dos convivas para os restaurantes da cidade.
“Somos uma associação sem fins lucrativos e temos associados em todo o lado, como em França ou na Holanda”, contou Jorge Bandeira. O Círculo organiza exposições, visitas guiadas e passeios e ao todo possui 276 elementos. Às Caldas deslocaram-se 70 pessoas e esta foi “a primeira viagem que resolvemos fazer para tentar revitalizar a linha do Oeste”, disse o organizador. Jorge Bandeira considera que esta linha ferroviária “é muito bonita e não merece ser encerrada como pretendem”. Para o Círculo de Artistas se a linha não for rentável ao nível de transportes, “ao menos que tornem as viagens de turismo cultural possíveis. É uma ideia que deixamos às Caldas e a CP”, acrescentou.
Jorge Bandeira sugeriu que a cidade proporcionasse um transporte não poluente para os visitantes se poderem deslocar da estação até à zona dos museus e “poderia até ser uma fonte de receita para os intervenientes”. Na sua opinião, Caldas da Rainha é uma cidade conhecida pelas artes e, como tal, “tem as condições necessárias para desenvolver projectos que interliguem a cultura e o turismo tal como existem em várias cidades europeias”.
Cristina Nunes, artista e professora (a desenvolver um projecto de investigação na Escola Secundária Bordalo Pinheiro) também integra a direcção da associação e acha que a viagem de visita cultural correu bem pois os convivas ficaram satisfeitos com a cidade e com as actividades desenvolvidas. A responsável contou à Gazeta que esta foi a primeira experiência-piloto de um projecto maior que o Círculo Artur Bual pretende e que tem a intenção de criar “um evento artístico onde se valoriza a Linha do Oeste e em simultâneo se promove a cultura regional das localidades por onde esta passa”. Uma aposta no turismo cultural, relacionado com o transporte ferroviário e que poderia ser uma aposta com futuro. N.N.






























