Comboio especial da Amadora para as Caldas trouxe 70 convivas a uma visita cultural

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Notícias das Caldas Chegaram às Caldas, no sábado, 27 de Abril, por volta das 10h00. Estava vento e por isso foi rápida a saída do comboio que o grupo, oriundo da Amadora, fretou para realizar este percurso pela linha do Oeste.
A iniciativa partiu do Círculo Artístico e Cultural Artur Bual e reuniu 70 pessoas que vieram às Caldas da Rainha numa viagem sobre carris. Um projecto piloto que tem em vista a valorização do Linha do Oeste e da arte nas várias localidades que a linha atravessa.

São pintores, escultores, artistas plásticos, poetas e músicos. Também há gente ligada ao teatro e à animação de rua. Vêm trajados a rigor. São gente do campo, designam-se “saloios” e  distinguem-se dos demais pelos acessórios e pelo ar animado que trazem. Têm por função animar as hostes e vão fazê-lo ao longo da estadia na Caldas, que vai durar todo o dia.“Fretámos o comboio para esta visita e só regressaremos a casa às 20h00”, disse Jorge Bandeira, elemento da direcção do Círculo, à Gazeta das Caldas, depois de uma primeira fotografia do colectivo, junto à estação ferroviária das Caldas. A paragem seguinte foi nos Paços do Concelho para depois rumar até aos ateliers-museus onde o grupo foi conhecer a obra dos escultores caldenses.

Estava previsto um almoço pic-nic no Parque D. Carlos I, mas o vento forte e frio que se fazia sentir naquilo que deveria ter sido uma amena tarde de Primavera, acabou por conduzir alguns dos convivas para os restaurantes da cidade.

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“Somos uma associação sem fins lucrativos e temos associados em todo o lado, como em França ou na Holanda”, contou Jorge Bandeira. O Círculo organiza exposições, visitas guiadas e passeios e ao todo possui 276 elementos. Às Caldas deslocaram-se 70 pessoas e esta foi “a primeira viagem que resolvemos fazer para tentar revitalizar a linha do Oeste”, disse o organizador. Jorge Bandeira considera que esta linha ferroviária “é muito bonita e não merece ser encerrada como pretendem”. Para o Círculo de Artistas se a linha não for rentável ao nível de transportes, “ao menos que tornem as viagens de turismo cultural possíveis. É uma ideia que deixamos às Caldas e a CP”, acrescentou.

Jorge Bandeira sugeriu que a cidade proporcionasse um transporte não poluente para os visitantes se poderem deslocar da estação até à zona dos museus e “poderia até ser uma fonte de receita para os intervenientes”. Na sua opinião, Caldas da Rainha é uma cidade conhecida pelas artes e, como tal, “tem as condições necessárias para desenvolver projectos que interliguem a  cultura e o turismo tal como existem em várias cidades europeias”.

Cristina Nunes, artista e professora (a desenvolver um projecto de investigação na Escola Secundária Bordalo Pinheiro) também integra a direcção da associação e acha que a viagem de visita cultural correu bem pois os convivas ficaram satisfeitos com a cidade e com as actividades desenvolvidas. A responsável contou à Gazeta que esta foi a primeira experiência-piloto de um projecto maior que o Círculo Artur Bual pretende e que tem a intenção de criar “um evento artístico onde se valoriza a Linha do Oeste e em simultâneo se promove a cultura regional das localidades por onde esta passa”. Uma aposta no turismo cultural, relacionado com o transporte ferroviário e que poderia ser uma aposta com  futuro. N.N.

 

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