Coleção que celebra o Centenário

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C’ Marie celebra a Gazeta e também a rainha D. Leonor

“Mulher cidade”, assim se intitula a ilustração digital, feita pela artista c’Marie (Constança Bettencourt), artista de arte urbana que tanto se dedica aos murais como as tatuagens. Feliz por ter sido convidada a integrar este grupo de autores que estão a celebrar de perto o centenário deste semanário, C’Marie explicou que “Mulher cidade”, “é uma ode à memória da Rainha Visionária que fundou as Caldas da Rainha”. Defensora dos direitos das mulheres, esta artista plástica explicou que num só trabalho sublinha a importância do jornal, que não só continua a ocupar-se do presente e do futuro da região como também guarda importantes memórias da comunidade. “Foi muito bom receber este desafio pois além de ser um motivo de orgulho é também sinal de reconhecimento”, afirmou.

Para realizar esta ilustração contemporânea, a autora inspirou-se e fez uma reinterpretação da versão da rainha D. Leonor que já tinha sido idealizada por José Malhoa e que integra a coleção do Museu Malhoa. E se o pintor caldense a imaginou como uma bela mulher, C’Marie afirmou que se Rainha fosse viva hoje seria seguramente “uma feminista ativa, uma mulher empoderada e com um papel ativo na sociedade”.
Na sua opinião, uma D. Leonor contemporânea seria ainda “uma mulher independente com objetivos e propósitos para alcançar”. C´Marie imagina-a ainda como alguém “que saía um pouco das normas”.

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Fazendo uso da ilustração da fundadora, “faço uma homenagem a todas as mulheres ancestrais que iniciaram o caminho que nos permite hoje sermos livres”.
Como pano de fundo da sua ilustração, C’Marie colocou uma antiga edição da Gazeta das Caldas que diz que é um jornal histórico da cidade, pois guarda testemunhos do quotidiano desta região.

A referência à Gazeta na ilustração – enquanto veículo de notícia e memória escrita – ainda transforma o retrato numa espécie de janela no tempo, onde o passado é relido à luz do presente. Através desta sobreposição entre o retrato e a imprensa local, a obra celebra a origem da cidade como um legado vivo, onde passado e presente se cruzam num diálogo contínuo.

C’Marie usa diferentes meios para os seus trabalhos. Do desenho à escultura, à pintura de murais, ilustração digital, sem esquecer a tatuagem.

A sua identidade visual centra-se em rostos, expressões e gestos, assumindo e mantendo os traços iniciais da construção gráfica e as linhas exploratórias.

“No bom tempo pinto nas paredes, quando chove “pinto” nas pessoas”,brincou a autora que trabalha com as comunidades, acreditando que a experiencia dos envolvidos democratiza o conceito da Arte, tal como aconteceu no último mural que fez em Ferreira do Zêzere. Licenciada em Escultura nas Belas Artes de Lisboa, fez Erasmus em Escultura em Florença e é mestre em Artes Plásticas pela ESAD.CR. Também estudou canto lírico.

A ilustração “Mulher Cidade” custa 100 euros, está a venda na sede da Gazeta e também pode ser adquirida on-line. A ilustração digital desta artista terá uma série de apenas 10 exemplares.

 

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