Festival de Música de Alcobaça abre a 30 de junho e prolonga-se até 6 de agosto, com programação eclética
Tendo o Mosteiro de Alcobaça como palco principal e os “Amores proibidos” como tema, a 30ª edição do Cistermúsica, que abre a 30 de junho e se estende até 6 de agosto, tem argumentos irrebatíveis para se assumir como uma das melhores de sempre do Festival de Música de Alcobaça. Caberá ao público aferir a qualidade dos programas, mas uma coisa é certa: esta será a maior edição de sempre do evento, organizado desde 2002 pela Banda de Alcobaça, em parceria com o município. l
O concerto de abertura do Cistermúsica’2022 está a cargo da Orquestra de Câmara Portuguesa, que leva ao palco da Cerca do Mosteiro a gala lírica “Amores proibidos”, a 1 de julho (21h30). O espetáculo tem direção de Pedro Carneiro, com as solistas Carla Caramujo e Cátia Moreso, exibindo obras de Donizetti, Bellini, Carl Maria von Weber e Luis Carvalho.
Após o concerto, acontece uma das novidades do festival deste ano: a festa de abertura, um Dj Set que decorre no “Bosque” do Mosteiro, junto à Ala Sul.
Depois, seguem-se dezenas de concertos, divididos em três linhas de programação: a principal; a “Júnior e famílias”, que corporiza uma dezena de espetáculos das Academias de Música e Dança de Alcobaça preparados pelos alunos, e a “Outros Mundos”, com espetáculos de jazz e de dança contemporânea, como o bailado “Memorial do Convento” no Cine-teatro João d’Oliva Monteiro, que assinala o centenário de Saramago (7 de julho, 21h30).
“Todos os anos tentamos que o Cistermúsica seja, cada vez mais, um clássico para todos”, resumiu o diretor-executivo do festival, Rui Morais, para quem é essencial prosseguir uma estratégia de “aproveitamento de espaços que ainda não estão descobertos para a fruição musical” no interior do Mosteiro. O presidente da Banda de Alcobaça sublinhou, ainda, que, pela primeira vez o Gravíssimo! decorre ao mesmo tempo do Cistermúsica, incorporada na programação “Outros Mundos”, sendo este mais um desafio para conjugar os eventos.
O concerto de encerramento do Cistermúsica será da responsabilidade da Banda Sinfónica de Alcobaça, com direção de Rui Carreira, que convida Sofia Escobar para um concerto sinfónico, na Cerca do Mosteiro, a 6 de agosto (21h30).
Para o diretor artístico André Cunha Leal, a programação desta 30ª edição é “digna das grandes salas de espetáculo” e procura “trazer a excelência e apresentar os novíssimos talentos” que se começam a destacar. O programador frisou que, este ano, o Cistermúsica apresenta peças do alcobacense Alexandre Delgado, que classificou como “o diretor artístico mais marcante deste festival” e “um dos melhores compositores portugueses da atualidade”. Mas também do maestro António Victorino d’Almeida, um nome que “merece ser celebrado”.
O festival tem um orçamento global de 425 mil euros, financiado pela DGArtes (123 mil euros), BPI/Fundação LaCaixa (129 mil euros), Câmara (60 mil euros), outros municípios (58 mil euros) e bilheteira (30 mil euros). Há ingressos a partir de 8€, com descontos até aos 25 anos e mais de 65 anos, mas muitos espetáculos são de entrada livre.
O crescimento do Cistermúsica é aferido pelo presidente da Câmara. “Este já não é só um festival de Alcobaça, tem um cariz internacional. São 30 anos a dignificar Alcobaça no país e lá fora”, frisou Hermínio Rodrigues, valorizando a qualidade do evento e a capacidade de se estender a outros concelhos. O autarca destacou as vantagens do reforço da parceria entre o município e a Banda de Alcobaça, dando como exemplo a produção do concerto dos Amália Hoje!, mas também o facto de a instituição ter 600 alunos no ensino da dança e da música. “Isso é gratificante”, notou o chefe do executivo municipal, reiterando o compromisso de impulsionar o projeto das novas instalações da Banda, que já adquiriu terreno para o efeito, precisamente com apoio do município. ■






























