Gazeta das Caldas
Na edição que comemora um quarto de século, a Banda de Alcobaça foi pela primeira vez dirigida por um convidado: Jean-Sébastien Béreau

A Banda de Alcobaça dirigida pelo premiado maestro, Jean-Sebástian Béreau (que já dirigiu a Orquestra dos Mil, composta por mil solistas escolhidos nas principais orquestras francesas), abriu a 25ª edição do Cistermúsica. Na noite de 1 de Julho, na escadaria de um iluminado Mosteiro de Alcobaça, perto de meio milhar de espectadores marcou presença.

A edição que celebra o quarto de século do Cistermúsica começou na noite de 1 de Julho, na escadaria em frente ao Mosteiro. Cerca de meio milhar de espectadores assistiu à Banda de Alcobaça, dirigida por Jean-Sebástien Béreau, a tocar música de Ravel.
A mestria no domínio dos instrumentos das dezenas de músicos que subiram ao palco foi evidente e mereceu muitos aplausos. O famoso Bolero terminou uma noite de espectáculo, onde além da música foi possível apreciar um Mosteiro iluminado com cores variadas durante o tempo em que durou o concerto.
Este festival de música clássica é um caso de sucesso, não só pelos artistas que traz e pelos espaços em que decorre, como pela diferença que marca em relação à oferta musical que existe na região.
Maria Xavier é mãe de duas jovens. A mais velha é estudante da Academia de Música e é voluntária na organização do evento, a mais nova veio ao concerto com a mãe. “Costumo acompanhar porque os concertos são interessantes e diferentes do que estamos habituados a ver, além de terem preços acessíveis e muita variedade”, disse Maria Xavier.
Esta alcobacense elogiou o festival “que traz música clássica a uma cidade pequenina” e, mais concretamente, o concerto de abertura deste ano. “Gostei muito e também das luzes no Mosteiro e o tempo ajudou, porque ontem parecia que ia chover”, realçou.
Já Raul Lourenço, também ele assíduo espectador do festival, é um amante da música. “A clássica é intemporal”, notou. Também ele elogia a iniciativa que “traz bons maestros e instrumentistas à terra” e que motiva os jovens estudantes de música do concelho.
Disse-se orgulhoso por ver a banda de Alcobaça a tocar com o Mosteiro como cenário e afirmou que devia estar mais gente a assistir.

Uma programação de luxo no 25º aniversário

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No dia seguinte, 2 de Julho, os franceses Lés Éléments regressaram a Alcobaça para tocar música alemã dos séculos XIX e XX, na sala do refeitório do Mosteiro.
Hoje, dia 7 de Julho, há dança na escadaria do Mosteiro (22h00, entrada livre) e amanhã o maestro João Paulo Janeiro apresenta a primeira execução moderna do requiem “À memória de Camões”, de Bomtempo, escrito há 200 anos.
O festival continua até 30 de Julho, com 15 concertos na programação principal. O ponto alto desta edição será a estreia moderna da ópera “Inês de Castro”, de Giuseppe Giordani, a primeira inspirada no mais famoso romance português, produzida em 1793. A direcção artística do festival pediu ao Centro Di Studi Giuseppe Giordani que realizasse a edição da partitura especialmente para o Cistermúsica, uma vez que esta não é executada desde o séc. XVIII. A 29 de Julho, no Cine-teatro, seis cantores portugueses, o Coro do Teatro Nacional de São Carlos e a Orquestra Sinfónica Portuguesa (sob a direcção de João Paulo Santos) interpretarão a obra, num concerto gravado para a Antena2.
Em termos de novidades há também a realçar o recital de harpa da alemã Silke Aichhorn, que terá lugar a 15 de Julho na Sala do Capítulo do Mosteiro.
Há vários espectáculos com entrada livre e nos que se paga os bilhetes variam entre os 5 e os 18 euros.
Este ano o Cistermúsica recebeu o selo de qualidade Europe for Festivals, Festivals for Europe, que irá ostentar, pelo menos, durante esta edição e a próxima.

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